Era previsível: uma comédia inglesa estrelada por um australiano e passada na França só poderia irritar os críticos franceses. "Um bom ano", que ainda está em cartaz no Rio de Janeiro, foi apedrejado pelos críticos dos jornais e sites parisienses, que acusaram o filme dirigido por Ridley Scott e estrelado por Russell Crowe, passado na Provença, de estar cheio dos preconceitos britânicos sobre seus vizinhos separados pelo Canal da Mancha.
O jornal "Libération" acusou Scott de não esquecer de nenhum clichê no roteiro do filme, baseado em um livro de Peter Mayle com o mesmo título, de 2004. "Do começo ao fim, 'Um bom ano' colapsa sob o peso dos clichês de uma Luberon de tintas ocres feita para uma elite rica anglo-saxã", reclamou o diário.
"Também devemos mencionar a lamentável performance de Russell Crowe, supostamente interpretando um pesonagem sofisticado e de fala mansa, quando o ator australiano é melhor conhecido por seu temperamento difícil, assim como suas habilidades cômicas sabidamente inexistentes", acrescentou a crítica.
O jornal inglês "The Guardian", ao noticiar a má recepção francesa à comédia, lembrou que "por décadas, as reações francesas às hordas bretãs, acostumadas ao céu cinza e chuva, migrando para o sul da França e depois por todo o país, variou da raiva ao divertimento". O jornal também lembra que o livro de Mayle "tem o crédito - ou a culpa" por promover um êxodo anglo-saxão através do Canal da Mancha: estima-se que 500 mil britânicos possuam propriedades na França, num valor total estimado em 5 bilhões de libras. Pelo menos 100 mil são residentes permanentes - o dobro do que havia há cinco anos.
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