O convite para participar da Bienal de Arte de Veneza é um sonho para qualquer artista. Principal encontro do gênero, a Bienal na cidade italiana reúne os nomes mais influentes em artes plásticas e visuais no mundo. Para a edição deste ano, a 55.ª, que ocorre entre 1.º de junho e 24 de novembro, a fotógrafa paranaense Juliana Stein foi convidada pelo curador da bienal Alfons Hug para representar o Brasil no Pavilhão da América Latina.
O país tem representação própria na mostra, mas alguns artistas brasileiros vão integrar o espaço destinado à América Latina. Enquanto a ida e a montagem dos trabalhos que integrarão as exposições no pavilhão brasileiro são custeadas pela Bienal de São Paulo, responsável pela seleção e organização do espaço na Itália, os artistas que terão obras no pavilhão da América Latina que é de responsabilidade do Instituto Cultural Ítalo Latino-Americano, com sede em Roma , vão ter de arcar com os custos para manter seus trabalhos em Veneza, além de bancar a hospedagem e transporte até a Itália.
Oportunidade
Juliana Stein foi convidada por Hug em outubro do ano passado para integrar o elenco de artistas no Pavilhão da América Latina. Para viabilizar sua ida à Itália, ela conseguiu aprovar um projeto na Lei Rouanet autorizando a captação de patrocínio para a montagem e passagens. Mas, segundo a fotógrafa, até o momento ela não conseguiu nenhum patrocínio. Juliana tem até a próxima sexta-feira, dia 15, para conseguir 6 mil euros e garantir sua participação na Bienal. O valor é apenas para as despesas com a manutenção de suas fotografias durante o período de exposição em Veneza.
Enquanto procura apoio, Juliana acerta com Hug qual será a série que levará para a Itália, compondo seis imagens no formato 1 metro por 1 metro. Para diminuir o custo de transporte, ela planeja ampliar as fotos e encomendar molduras na própria Itália.
Tema
A 55.ª edição da Bienal de Veneza tem o título Il Palazzo Enciclopedico. O tema é inspirado no projeto de Marino Auriti, que, em 1955, desenhou um museu para abrigar as grandes descobertas e saberes da humanidade proposta que nunca saiu do papel.
"Participar desta bienal significa, além da afirmação do meu trabalho, poder fazer parte de um momento muito particular na história da arte que culmina com essa proposta curatorial. Além disso, a inserção num circuito como esse de uma obra produzida aqui, no Paraná, é uma coisa que me orgulha muito", afirma Juliana.