A descontração marcou a entrevista coletiva de lançamento da nova novela das nove da Globo, "Paraíso tropical", nesta quinta-feira à noite, no estúdio A do Projac. Gritos de "u-hu" dos atores e equipe técnica foram os mais ouvidos durante a apresentação da trama de Gilberto Braga para a imprensa. O diretor, Dennis Carvalho, também esbanjou animação durante a apresentação do elenco.
"Wagner Moura foi escolhido o 'bofe' do mês pela equipe de caracterização", divertiu-se Carvalho, prontamente interrompido por Gilberto Braga. "Desculpem, mas eu votei no Fábio (Assunção)", devolveu o novelista, para gargalhada geral de todos. O ator Marcello Antony era dos mais saidinhos na platéia que fez a alegria dos fotógrafos por conta do elenco estrelado. Quando sua vizinha de fila Camila Pitanga foi apresentada, ele brincou. "Tô pegando!". Quando chegou a vez de Glória Pires, com quem ele contracenou em "Belíssima", a gaiatice continuou. "Já peguei!".
Os gritinhos de "u-hu" continuaram durante a exibição do videoclipe com imagens da novela. Pelo aperitivo mostrado, vem um novelão por aí, com o resgate de todos os elementos de um folhetim clássico. "Quis fazer um novela bem ao estilo de Janete Clair, com tudo o que ela me ensinou. É uma homenagem à novelista, com uma trama bem romântica de uma paixão avassaladora", contou Gilberto Braga.
Contrastes
"Paraíso tropical", que estréia dia 5 de março substituindo "Páginas da vida" no horário nobre, vai mostrar uma história de amor ambientada em Copacabana, bairro carioca famoso por suas contradições. Belas paisagens, gente bonita, prostituição, ambição, cobiça, ganância, luta pelo poder, sedução, muito romance, corrupção. Tudo será retratado na trama, que pretende mostrar os dois Brasis: o que a gente quer e o que nós temos hoje. "A temática da novela é a dualidade do Brasil: o lado bom é representado pela gêmea boa. O cruel, pela gêmea má", explica Gilberto, que garante não procurar novidade para seu trabalho por "gostar de clichês".
O autor de "Paraíso tropical" conhece bem os contrastes de Copacabana. Morou no bairro de 1956 a 1976 e hoje vive no vizinho Arpoador. "A prostituição já existia nessa época. Um pouco em menor escala do que há hoje, mas já havia", contou Braga, que percorre o bairro diariamente de bicicleta em direção ao Leme, sobre o tema que será abordado na trama.
Gilberto, que tem hábito de escrever durante a noite e madrugada, não descarta na trama um assassinato misterioso, no melhor estilo "quem matou Odete Reutemann?", de sua "Vale tudo", que parou o Brasil em 1988. "É provável que aconteça um assassinato, mas na última parte da novela e com um personagem secundário", adianta ele, que assume "apelar para tudo para distrair o público", seu principal alvo. "Só dispenso o sobrenatural", alfineta Gilberto, sobre o tema recorrente em novelas da emissora.
Como já virou tradição nas novelas da Globo, a homossexualidade será abordada com os personagens Rodrigo e Tiago, vividos por Carlos Casagrande e Sérgio Abreu. "Os homossexuais são personagens secundários, bem aceitos por todos. Quis dar um carinho na auto-estima dos gays", afaga Gilberto, contratado da TV Globo até 2012.
Elenco
Os protagonistas da trama são Alessandra Negrini - que faz as gêmeas Paula (boa) e Taís (malévola), substituindo Cláudia Abreu - e Fábio Assunção (Daniel). E não faltam estrelas em "Paraíso tropical". Estão no elenco, entre outros, Wagner Moura (o vilão Olavo), Glória Pires (a independente Lúcia), Tony Ramos (o milionário Antenor), Maria Fernanda Cândido (a advogada Fabiana), Vera Holtz (a promoter Marion, substituindo Joana Fomm), Yoná Magalhães (Virgínia), Camila Pitanga (a prostituta Bebel), Bruno Gagliasso (Ivan), Marcello Antony (Cássio), Isabela Garcia (a encrenqueira Dinorá) e a dona de um bordel Amélia, vivida por Susana Vieira (que chegou atrasada e fugiu das perguntas sobre o PM Marcelo Silva, seu marido, que acaba de ser perdoado por ela depois de ter pulado a cerca num megabarraco com uma prostituta no fim do ano).
A novela traz de volta para a TV Renée de Vielmond, como Ana Luísa, e Daisy Lúcidi (Iracema). Para viver o administrador Daniel, de origem humilde, Fábio Assunção mudou o visual, clareando os cabelos. "O Dennis e o Gilberto adoram o meu visual em "Labirinto", e sempre pedem para que eu fique como na minissérie. É bom", explica o ator, de 35 anos, que também deu uma "secada" para o personagem. "Voltei a malhar e deixei de comer muita coisa, como frituras e bebidas gasosas", completou o galã.
Para Fábio, Daniel é o herói da novela, "mas não é um bom moço, já que se tiver que brigar, ele vai para cima". Logo no início, ele vive uma paixão fulminante com Paula, a gêmea boa. Em uma semana juntos, eles já marcam casamento. Fora da ficção, o ator tem uma história parecida. "Eu me casei com a Cristiana Oliveira da noite para o dia. Tínhamos uma cumplicidade muito grande, mas era muito jovem", exemplificou.
Com Alessandra Negrini também aconteceu a mesma coisa da personagem Paula. "Fiz isso com o Otto, meu marido". Negrini ainda não começou a gravar como a gêmea má, Taís, mas se diz apaixonada por Paula. "Estou curtindo muito. As gêmeas são minhas filhas. A Paula é íntegra e fala de amor. Isso é muito bom", concluiu Alessandra.
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