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Exatamente na data de ontem, o grupo carioca Pedro Luís e a Parede completou dez anos de serviços prestados à música popular brasileira. Nesse período, a banda lançou três álbuns – Astronauta Tupy (1997), É Tudo 1 Real (1999) e Zona e Progresso (2001) – , discografia que, apesar de curta, conta com uma vasta lista de ilustres colaboradores, como Fernanda Abreu, Lenine, Lula Queiroga, Wando e Ney Matogrosso, ao lado de quem o grupo lançou o premiado disco conjunto Vagabundo, em 2004.

Para comemorar a primeira década de atividades ininterruptas, o grupo reuniu, no ano passado, seus maiores sucessos na coletânea Seleção 1997 – 2004, que virou a turnê que Pedro Luís e companhia trazem hoje a Curitiba, com um único show às 23 horas, no Espaço Cultural Calamengau. "Posso dizer que foram dez anos de diversão, muito trabalho e realizações. Agora estamos passando por um momento de reavaliação, decidindo para onde queremos ir e quais serão nossos próximos passos", conta o vocalista e percussionista Pedro Luís.

Nas apresentações da turnê, que já passou por São Paulo, Vitória, Brasília, Recife e grande parte das capitais brasileiras, o quinteto formado por Pedro Luís, Sidon Silva, C.A. Ferrari, Mário Moura e Celso Alvim apresentam um repertório baseado nas canções que compõem a compilação, com faixas como "Rap do Real", "Pena de Vida", "Caio no Suingue" e as inéditas "Vida de Cão" e "Imantra". "O show também é um passeio pela nossa trajetória, apenas um pouco mais extenso do que o de Seleção 1997 – 2004, mas o conceito é o mesmo", explica o vocalista.

Esse conceito tem como base principal um elemento que também serve para definir o gênero em que a sonoridade da banda se encaixa: a batucada. Utilizando diversos recursos percussivos como barris, lataria, enxada, chapas galvanizadas, rocar, surdos, reco-reco, pratos, matracas, triângulo, entre outros, o grupo consegue se comunicar com platéias dos mais diferentes idiomas, como puderam presenciar em suas passagens por países como Portugal, EUA, Japão, França, Alemanha e Bélgica. "A batucada é bem recebida porque é agregadora. É capaz de conquistar mesmo as pessoas que não entendem exatamente do que estamos falando nas letras", explica.

A ligação com o batuque é tão forte que a banda mantém um oficina permanente de percussão no Rio de Janeiro, que deu origem ao Monobloco, bloco de carnaval formado por 120 pessoas, que se apresenta no encerramento da festa carioca. Aproveitando a passagem pela capital paranaense, Pedro Luís e a Parede trouxeram uma adaptação do projeto e realizaram, ontem, uma oficina aberta ao público, no próprio Calamengau. "Como foi em formato curto, fizemos um apanhado técnico rápido e trabalhamos apenas alguns estilos, com ênfase no samba", conta o vocalista, explicando que o público freqüentador das oficinas costuma ser bem variado, composto especialmente por pessoas que não têm a música como objetivo profissional, mas com muita vontade de aprender algo da área.

Entre shows e oficinas pelo Brasil afora, o grupo ainda teve tempo de compor as canções que devem integrar um novo álbum, com lançamento previsto para o ano que vem. "Já temos músicas novas e estamos trabalhando-as em casa. Mas ainda não decidimos como será nosso próximo registro de inéditas. Se será ao vivo ou não", adianta Pedro Luís. Energia em cima do palco é o que não falta. Para os que não pretendem arriscar e esperar que o próximo disco da banda seja mesmo gravado ao vivo, uma boa e única oportunidade acontece logo mais.

Serviço: Show com Pedro Luís e a Parede e DJóia Telma. Espaço Cultural Calamengau (R. Dr. Roberto Barrozo, 1.190), (41) 3338-7766. Hoje, às 22 horas. Ingressos a R$ 30 (doadores de um quilo de alimento não-perecível) e R$ 20 (estudantes).

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