Os fundos da catedral de Notre Dame viraram cenário para Dante| Foto: Reprodução/Dante Mendonça

Quem é apaixonado por Paris já deve ter andado pela cidade com o desejo de se inserir no cotidiano e deixar de ser turista. Essa vontade moveu o cartunista e cronista Dante Mendonça a procurar uma oficina de pintura para passar as férias na capital francesa em atividades que fossem além do entra e sai de museus. "Fazer sempre as mesmas coisas é muito chato. Pensei: ‘Vou criar uma rotina agradável e diferente´", contou à Gazeta do Povo.

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Isso ele conseguiu no programa Painting Workshop Paris-Cityscape (www.atelieralupi.com), pelo qual recebeu orientação profissional para pintar em aquarela, ao ar livre, cenas de diversos "arrondissements", como são chamados os bairros da cidade. Imagine seguir o roteiro de Dante: segunda-feira, Jardin du Luxembourg; terça, Jardin des Tuilleries; quarta, Pont des Arts; quinta, Boulevard Saint-Germain, sexta, Fontaine Louvais. Depois das sessões de trabalho, a turma, formada por pessoas do mundo todo, invadia algum bistrô para provar delícias mediterrâneas.

Não tinha como sair um trabalho que não transmitisse bem-estar. O resultado será exposto na Aliança Francesa a partir de amanhã, às 19 horas, na mostra Midi à Paris (Paris ao meio-dia). São 20 aquarelas retratando pontos conhecidos de Paris e outros mais escondidos que capturaram a visão do autor, além de cem fotografias que serão passadas num monitor.

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Técnica aprimorada

A experiência foi feita em 2010 e repetida em 2011 – e o que deveria ser um programa de uma semana virou o de um mês inteiro. "Foi uma delícia. Você fica invisível naquelas esquinas, onde tem tudo que é tipo de maluco."

A oficina serviu para o artista aprimovar sua técnica. "Nesses dois meses fiz estudos de aquarela, que não são obras acabadas. São feitas, literalmente, nas coxas", brinca o artista.

Questionado se nenhum aluno levou cavalete para colorir as aquarelas com mais conforto, Dante confidencia que um "maluco de Nova York levou toda uma parafernália e montou um ateliê na rua". Já ele prefere sentar-se com um bloquinho na mão e uma vista maravilhosa diante de si.

Enquanto pintava, era inevitável lembrar dos grandes mestres impressionistas, que percorreram a França no século 19 com aquarelas na mão – usadas como estudos prévios para depois lançar a tinta na tela.

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De volta a Curitiba, Dante guarda a lembrança de pequenos pontos que conheceu na cidade, como uma "praça minúscula no Quartier-Latin" que foi definida pelo arquiteto Rafael Deli, já falecido, como "a mais bonita do mundo".

Serviço

- Midi à Paris.- Aliança Francesa (R. Prudente de Moraes, 1.101), (41) 3223-4457.- Aquarelas de Dante Mendonça.- Abertura 3 de novembro às 19h. 2ª a 6ª, das 9h às 21h, e sáb., das 9h as 12h. Até 2 de dezembro.- Entrada franca.