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Serviço

Visitas mediadas por obras públicas de Poty Lazzarotto, com Daniela Pedroso

Hoje, às 16 horas, e amanhã, às 11 e às 16 horas. Inscrição gratuita no Museu Oscar Niemeyer (R. Marechal Hermes, 999 – Centro Cívico), com 30 minutos de antecedência. Vagas limitadas (46 assentos). Menores devem estar acompanhados de um responsável maior de 18 anos. Percurso de 1 hora e meia, sujeito a modificações de trajeto.

O carinho por Curitiba nunca foi tão propagado por um artista como por Poty Lazzarotto, que criou na cidade uma verdadeira galeria a céu aberto: são 46 murais espalhados pela capital paranaense. O responsável por proporcionar essa identidade visual tão rica foi indicado pelo amigo Erbo Stenzel no primeiro trabalho, de 1953, quando ambos desenvolveram os adornos que caracterizam a Praça 19 de Dezembro – o Homem Nu, feito por Stenzel e o mural de azulejos azul por Poty. Como se fosse uma história em quadrinhos, gênero que influenciou fortemente seu trabalho, o muralista conta, em uma sucessão de planos, como foi a Emancipação Política do Paraná. Esses detalhes, que estão escondidos ao olhar de muitos, serão "desvendados" em um passeio por várias obras do artista pela cidade, guiado pela especialista Daniela Pedroso, autora de Poty: Murais Curitibanos.

INFOGRAFICO: Confira outras curiosidades dos murais de Poty

O percurso, que será feito em um ônibus com 46 lugares, durará cerca de uma hora e meia, e vai passar por cinco murais de diferentes técnicas. Será possível saber, por exemplo, que o primeiro trabalho a céu aberto de Poty segue uma proporção, segundo Daniela, mais acadêmica, com formas quase geométricas. Já em uma das obras mais conhecidas de Poty, na Travessa Nestor de Castro, considerado o maior mural cerâmico do país (feito em 1996), há sutilezas imperceptíveis até para o observador mais atento. Ao longo do grande desenho, que também mostra o desenvolvimento de Curitiba e seus símbolos (temática recorrente na obra do artista), Daniela aponta uma espécie de carimbo ao longo do paredão. A gralha azul, casas de arquitetura polonesa e as araucárias podem ser vistas em traços mínimos. "Diferente do seu primeiro mural, esse não tem um trajeto linear", salienta.

Daniela, que teve o privilégio de conviver com Poty (o pai da especialista era seu amigo), também incluiu na visita trabalhos com técnicas diversas, como as de concreto aparente, presentes no Palácio Iguaçu e na fachada do Teatro Guaíra. "Nesses dois trabalhos, a diferença clara é o uso do relevo, mais acentuada na obra do Palácio do que na do Guaíra, técnica que dá uma dimensão maior para as figuras", explica. No quase anônimo Largo Isaac Lazzarotto, no Cristo Rei, região onde Poty passou a infância, o pequeno mural, também em concreto, é a figura de um ferroviário, homenagem à profissão do senhor Isaac, pai de Poty, diz Daniela. "Poty fez uma gravura em metal com o mesmo desenho. O que ele incluiu no projeto foi um pedaço de ferro vermelho, como se fosse o trilho de um trem, o que acaba parecendo uma moldura."

Conservação

Mesmo com a beleza dos desenhos, formas e cores de Poty, é impossível não perceber em alguns murais a necessidade de melhora na conservação. Outra polêmica foi a pintura em cinza no trabalho, antes em concreto aparente, instalado no Palácio Iguaçu, algo que ocorreu durante a reforma do prédio. Plantas insistem em brotar em pequenos espaços nos murais de azulejo, sinal de que há infiltrações. Além disso, pichações na Nestor de Castro podem ser vistas em alguns pontos da obra. "O problema da infiltração é que a planta, ao crescer, vai rachar o azulejo, que é algo que não pode ser simplesmente substituído por outro. Poty usou toda uma técnica para chegar aos tons de azul usados na 19 de Dezembro, por exemplo", frisa a especialista.

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