Quem já passeou por ruas e parques de alguma cidade francesa certamente se viu, em algum momento, em meio a uma exposição de fotos gratuita e ao ar livre. "Isso é muito comum na França. Os parques de lá já têm muros e grades para essa finalidade", conta a diretora da Aliança Francesa de Curitiba Laure Gyselinck.
Dando continuidade às comemorações do Ano da França no Brasil, a Aliança abre em Curitiba a exposição O Pedestre de Paris, com 19 grandes paineis com imagens da cidade feitas por fotógrafos renomados. Depois, o evento itinerante organizado pela francesa Sophie Schmit segue para outras capitais do Brasil e do exterior.
O local escolhido para exibir os flagras parisienses segue o hábito francês. A partir de hoje, a Rua Prudente de Moraes, na quadra em frente à Aliança Francesa, se transforma em uma espécie de galeria a céu aberto por onde circularão os visitantes como se fossem pedestres flanando pelas Cidade Luz. Se não há espaços próprios para a instalação das obras como em Paris, o jeito foi instalar grades para pendurar as fotografias.
Elas serão exibidas em formato 1,5m x 1,8m, em cores ou em preto-e-brancas, e dispostas em ordem cronológica, de 1890 a 2006. "Não é só um retrato dos lugares, mas também da história de parte da fotografia francesa", explica a diretora. Até 17 de setembro, durante 24 horas por dia, faça chuva ou faça sol, vão figurar na Prudente de Moraes cliques de célebres fotógrafos parisienses considerados autênticos pedestres, por ter a capital francesa como cenário e personagem.
Eles imortalizaram alguns espaços da cidade em imagens conhecidas em todo o mundo. Vamos a alguns exemplos. Enquanto as pessoas se divertiam pelos Jardins de Luxemburgo em suas melhores roupas, Louis Vert flagrou a labuta de um vendedor ambulante de waffles, em 1904. Os irmãos Séeberger, fotógrafos de moda do início do século 20, clicaram manequins andróginas caminhando pelo Bois de Boulogne, em 1911. Décadas mais tarde, em 1978, Robert Doisneau, o "Pedestre de Paris", cruzou em suas caminhadas com um grupo de crianças atravessando a Rue de Rivoli após um passeio escolar pelo Jardim das Tulherias. Em 1980, Patrick Tosani reúne 65 fotografias em mosaico, que formam juntas um par de sapatos. Mais recentemente, Frédéric Nauczyciel inspirou-se nas pinturas do norte-americano Edward Hooper, no cinema e na dança para realizar sua série Still, de 1999/2005, 2003.
O itinerário proporcionado pelas imagens é traçado por Sophie Schmit no catálogo trilíngue (em francês, inglês e espanhol) que acompanha a exposição. "O pedestre de Paris caminha pela cidade. Passa ao lado da Torre Eiffel, admira o Panthéon e o Arco do Triunfo. Cruza por belas parisienses no Bois de Boulogne, no Quai aux Fleurs, ou sentado em um terraço na Avenida de Champs-Elysées. Emocionado, se detém diante das crianças que brincam no Jardim das Tulherias ou que cruzam uma rua vestindo uniformes escolares. O pedestre de Paris também gosta de relaxar ao lado dos pescadores da Ponte Saint Michel ou de um garoto de boina na cabeça. A menos que prefira participar da festa nacional de 14 de julho", escreve.
Serviço
O Pedestre de Paris. R. Prudente de Moraes, entre a Al. Augusto Stellfeld e a R. Saldanha Marinho, em frente à Aliança Francesa. Abertura, dia 10. Diariamente, até 17 de setembro.
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