Paulo Mendes da Rocha vence Leão de Ouro em Veneza pelo conjunto da obra

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O arquiteto brasileiro Paulo Mendes da Rocha, de 87 anos, receberá o Leão de Ouro pelo conjunto de sua obra na Bienal de Arquitetura de Veneza.

A cerimônia de entrega do prêmio acontecerá no dia 28 de maio, no Palazzo Giustinian, em Veneza, Itália, segundo comunicado oficial.

O consagrado arquiteto e urbanista brasileiro é o primeiro brasileiro a vencer o prêmio na mostra italiana. Mendes da Rocha foi escolhido pelo Conselho de Diretores da Bienal, presidido por Paolo Baratta, segundo recomendação do curador atual do evento e arquiteto chileno Alejandro Aravena.

Primeiro arquiteto latino-americano a dirigir uma edição da maior exposição de arquitetura do mundo, Aravena disse que o “atributo mais marcante de sua arquitetura é sua atemporalidade”.

“Muitas décadas depois de construídos, seus projetos resistem aos avanços do tempo, tanto em aspectos físicos quanto de estilo. Essa consistência estarrecedora é consequência de sua integridade ideológica e sua genialidade estrutural”, diz o chileno.

“Ele é um desafiador inconformado ao mesmo tempo que um realista apaixonado.”

Aravena também destacou na justificativa pela escolha de Mendes da Rocha seu papel nos campos político, geográfico e social, além de ele ter servido de exemplo para gerações de arquitetos no Brasil e na América Latina.

Biografia

Nascido em Vitória, no Espírito Santo em 1928, Paulo Mendes da Rocha costuma ser apontado como um dos principais exemplos do pensamento estético que caracteriza a chamada Escola Paulista da arquitetura brasileira, uma linha de projeto que foi encabeçada pela figura de João Batista Vilanova Artigas e bastante difundida na Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo (FAU-USP), escola na qual Mendes da Rocha foi professor.

Sua arquitetura é reconhecida pelo estilo brutalista de suas construções, além de um profundo engajamento com ideais de esquerda.

Entre seus projetos mais conhecidos, estão a reforma da Pinacoteca, uma intervenção no prédio de Ramos de Azevedo que resultou na instalação de enormes claraboias e uma circulação radical, o MuBE, e o ginásio do Clube Atlético Paulistano.