São Paulo As ruas não estão tão cheias de carros e pessoas como de costume, mas a rotina da maior cidade da América Latina vai sendo retomada aos poucos, depois dos conturbados dias dos atentados do crime organizado. Nesse clima ainda pesado, a prefeitura de São Paulo organizou a segunda edição do evento Virada Cultural, que, entre o fim da tarde de sábado e o início da noite de domingo, apresentou diversas atividades artísticas e culturais (a maioria gratuita) para a população local. Para dar uma demonstração de que as coisas estão voltando à normalidade e que a sociedade paulistana não iria se acovardar, o poder público do munícipio manteve as datas agendadas anteriormente e decidiu não cancelar o evento.
À convite da SP Turis (São Paulo Turismo S/A, empresa da prefeitura de São Paulo), a reportagem do Caderno G acompanhou algumas das atrações da extensa programação cultural do fim de semana, que começou às 18 horas de sábado no Vale do Anhagabaú, com um show da Banda Mantiqueira, de música instrumental brasileira, acompanhada do cantor e compositor João Bosco.
Havia movimentação artística em todas as regiões da capital, mas as principais atividades do Virada Cultural estavam concentradas no Centro Histórico (ou Centro Velho) da cidade, palco de apresentações musicais dos mais variados estilos, que atravessaram a noite e seguiram pelo domingo, atraindo a maioria do 1,5 milhão de pessoas participantes do evento (segundo números da SP Turis).
No início da noite de sábado, o som regionalista com toques teatrais dos pernambucanos do Cordel do Fogo Encantado levou muito gente à Praça da Sé, enquanto a bossa nova do Zimbo Trio lotava o tradicional Teatro Municipal (uma fila gigantesca de pessoas ficou do lado de fora do espaço, sem conseguir ingresso para a apresentação). No Largo São Bento, a turma do hip-hop demonstrava sua habilidade no break e no grafite, enquanto o palco ainda era armado para os shows do grupo Z´Africa Brazil e do rapper Thaíde (conhecido DJ da MTV). Não muito longe dali, na Rua 15 de Novembro, era organizada uma rave com diversos DJs. A música eletrônica também estava na Praça dos Patriarcas, acompanhando o Mercado Mundo Mix, com os estandes de lojas de roupas e acessórios que fazem a festa dos mais descolados.
No Pateo do Colégio, marco zero de São Paulo, local da fundação da cidade pelos jesuítas, aconteceu, à meia-noite, uma apresentação da Orquestra Bachiana Jovem, comandada pelo maestro João Carlos Martins. A última música do repertório clássico foi marcada pela participação do grande público presente, que acendeu velas para pedir paz na cidade, pensamento confirmado pelo prefeito Gilberto Kassab em rápido discurso, após o recital: "Muito mais forte que uma arma é a força daqueles que querem uma cidade voltada para o bem".
O forte policiamento era facilmente notado em todos os locais do Virada Cultural, mas não era algo ostensivo, não havia interferência direta nas atividades. As pessoas ocuparam calmamente os espaços, sem tumultos, a circulação era tranqüila segundo a prefeitura, não houve nenhuma ocorrência policia durante todo o evento.
Durante a madrugada, a reportagem acompanhou algumas atividades nos cinemas, como o Reserva Cultural, na Avenida Paulista, que programou pré-estréias e shows musicais durante os intervalos da sessões. A presença de público era boa para o horário, com as salas quase lotadas. Nas ruas, o movimento caiu bastante, reflexo dos acontecimentos da semana anterior, algo já esperado. O Virada Cultural foi encerrado na noite de domingo, com um show do cantor Luís Melodia.
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