A peça de Agatha Christie "The mousetrap" iniciou neste fim de semana seu 55º ano em cartaz sem interrupções no teatro St. Martin, no West End da capital britânica. O atual produtor, Stephen Wasley-Cohen, acredita que nunca sairá de cartaz. "Na estréia, Agatha disse que acreditava numa pequena temporada bem sucedida. Hoje em dia, a peça é uma instituição," disse Cohen.
Ele garantiu que nunca teve prejuízo. "Não houve uma única semana sem lucro. Metade da platéia é britânica, 25% americana e 25% de várias partes do mundo." A peça, que termina toda noite com um pedido para que ninguém conte o final, tem três recordes no Guinness: peça de maior tempo em cartaz, o ator que mais representou o mesmo papel por David Raven como Major Metcalfe 4.575 vezes e atriz substituta por mais tempo, Nancy Seabrooke em 6.240 apresentações. Toda noite ela está no teatro a postos e passa o tempo fazendo bordados e crochê.
O nome original da peça era "Three blind mice" e foi escrita por Agatha Christie em 1947 como uma novela de rádio de meia hora para comemorar os 80 anos da rainha Mary. Em 2002, a atual soberana, Elizabeth II, foi ver a peça na apresentação que marcou o 50º aniversário em cartaz. Agatha, que morreu em 1976, deu os direitos ao neto Mathew Prichard quando este tinha nove anos.
Um ítem original ainda permanece no cenário: o relógio que fica na parede da lareira já passou por 22.500 apresentações. O revólver usado na estréia se encontra no Museu Albert e Victoria. Dois produtores britânicos compraram, por 5 mil libras, os direitos para o cinema com a condição de só fazer o filme depois que a peça saísse de cartaz. Ambos já morreram.
A história da peça se passa numa espécie de pensionato onde proprietários e hóspedes impedidos de sair por uma tempestade de neve se vêem à volta com um mistério. Um deles é um assassino.
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