O grupo Teatro Oficina, dirigido por José Celso Martinez Corrêa, que apresenta a peça "Guerra no sertão" no Volksbuhne, em Berlim, foi criticado por alguns elementos da obra considerados pornográficos por parte da imprensa alemã.
Os jornais sensacionalistas "Bild" e "BZ" dedicaram artigos de página inteira para protestar contra a presença do grupo brasileiro em Berlim e pelo fato da obra ser subvencionada com, segundo o "Bild", "dinheiros de nossos impostos". Curiosamente, o jornal estampa todos os dias na primeira página uma foto de modelo nua. Os dois diários criticam especialmente a participação na peça de 40 estudantes de Berlim, com 14 anos em média.
Em entrevista ao jonal alemão "Neues Deustschland" o direto Zé Celso definiu a orgia como a base de seu trabalho.
"A orgia é o fundamento do meu teatro. O desejo da orgia está em cada cultura e em cada pessoas. O teatro pode contribuir para liberar esse desejo", disse Zé Celso.
O diretor acrescentou que através da representação da orgia procura mostrar a mistura de povos que deram origem à nação brasileira. Mas considera que o tema vai além do meramente nacional e é universal, por isso não tem dúvidas de que se estende à Alemanha.
"A peça fala do ímpeto de liberdade das sociedades isoladas. Mas não vejo isso somente do ponto de vista político, econômico ou militar. É a libertação das origens humanas que temos isoladas em nós", explicou Zé Celso ao jornal.
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