Volta ao cartaz neste fim de semana “Do Cão Fez-se o Dia”, da jovem Inominável Companhia, inspirada na obra de Valter Hugo Mãe. O escritor angolano/português inclusive assistiu ao espetáculo em agosto do ano passado, durante o festival Litercultura, e teria gostado do que viu.
Espetáculo quer confundir ator e personagem
Uma opinião proveitosa sobre “Do Cão Fez-se o Dia” precisaria de um aprofundamento maior na obra de Valter Hugo Mãe. Mas as ideias principais que parecem dialogar com seu universo são as perdas e a rememoração.A peça trazida pela Inominável Companhia tem o mérito de tecer diante do espectador uma teia de relacionamentos.
Leia a matéria completaA peça fica até dia 14 de junho no Teatro José Maria Santos. Na trama, apresentada por meio de fragmentos, uma família despedaçada pela guerra tenta juntar os cacos emocionais. A ausência do pai é representada por um grande cubo de gelo gotejante, num recurso de cenário dos mais interessantes dos últimos tempos.
Dois irmãos elaboram sua vida a partir das brincadeiras, leituras e amizades de que dispõem enquanto descobrimos aos poucos a história por que a mãe deles passou. “Porque ele sonha, ele não sofre”, prega o espetáculo. A peça foi indicada em três categorias ao Troféu Gralha Azul: melhor dramaturgia (Marcelo Bourscheid), direção (Lilyan de Souza) e atriz (Fabiane de Cezaro).
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