Um debate sobre o tema Novas Mídias abre hoje, às 19 horas, no Espaço Arte e Cultura Brasil Telecom, em Curitiba, a segunda fase da Mostra de Cartum Editoral. O evento, que desde o dia 26 de julho exibe trabalhos de 16 cartunistas paranaenses, vai discutir a utilização de novos meios de veiculação, como televisão, internet e animações tem três dimensões. A cartunista e designer Pryscilla Vieira e o designer gráfico Luiz Felippe Cavalcanti foram convidados para discutir sobre a questão.
"Exitem correntes teóricas que afirmam que o jornal impresso vai acabar. Então, onde o nosso trabalho vai ser aplicado daqui para frente?", questiona Pryscilla Vieira. No lugar dos espaços tradicionais, notadamente as mídias impressas, os meios eletrônicos têm servido como lugar de expansão da atividade. Há 6 anos, por exemplo, a TV Globo delegou aos cartunistas o tratamento de sua logomarca nos intervalos comerciais, durante a exibição de filmes o famoso "plim-plim". O carro-chefe do jornalismo da emissora, o Jornal Nacional, também introduziu charges animadas diárias do humorista Chico Caruso. "A gente vem ganhando mais credibilidade. O cartum não está sendo visto apenas como uma coisa engraçada, um passatempo, ou um meio de imbecilização das crianças, como chegou a se falar dos quadrinhos. Está se tornando educativo, percebendo que o humor gráfico educa mais, porque é mais marcante", explica a cartunista.
Na internet, as aplicações vão mais longe. Uma empresa de telefonia celular oferece charges diárias de uma equipe de artistas gráficos. O usuário escolhe o autor preferido e visualiza a imagem em seu celular, pagando uma taxa pelo serviço. Os emoticons (pequenas animações utilizadas em programas de bate-papo na internet) são outra possibilidade de atuação. "O território de atuação tornou-se quase infinito", afirma Viana.
Hoje com 26 anos (ela começou a trabalhar com cartum aos 14 anos, na Tribuna de São José dos Pinhais), a cartunista atua em quase todas as mídias, com passagens pelos impressos, internet e os "plim-plins" da Rede Globo. O que muda no trabalho entre os diferentes formatos é a noção de tempo. "O cartum feito para jornal tem de passar a idéia em um segundo. O entendimento do leitor tem de demorar menos. Para tevê, é preciso criar uma historinha mais demorada. Muda o timing da idéia em função do entendimento do leitor", explica.
Outro convidado da mesa não é cartunista. Luiz Felipe Cavalcanti é designer e dirige a Inutillia Truncat Computação Gráfica em 3D, empresa especializada em animação e criação de personagens tridimensionais. Ela foi responsável pela criação de mascotes publicitários nos comerciais da cerveja da Skol (sereias, tatus, cupins) e do extraterrestre do provedor Terra, entre outros. "O que pode ser interessante para os cartunistas é ver que o 3D é um poderoso aliado para expandir as possibilidades de criação. Muitos personagens de comerciais que vou mostrar demonstram o uso dessa tecnologia com personagens", afirma o animador.
O especialista deverá exibir alguns filmes e falar sobre a estrutura e os mecanimsos de funcionamento de um estúdio de animação, além da criação de personagens em três dimensões, dos primeiros esboços à finalização.
* Serviço: Debate sobre o tema Novas Mídias. Espaço Arte e Cultura Brasil Telecom (Av. Manoel Ribas, 115 Mercês). Hoje, às 19 horas. Ingresso: 1 litro de leite longa vida. Informações: (41) 33054435.
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