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Cronologia

Alguns momentos importantes na história da Penguin e na da Companhia das Letras

1935 – Na Inglaterra, Allen Lane funda a editora Penguin, dando início a uma revolução nos livros de formato brochura

1937 – Lançamento do selo Pelican, voltado para títulos de não-ficção focados em questões atuais

1939 – A Penguin abre uma loja em Nova York. Dois anos mais tarde, torna-se fornecedora de livros das Forças Armadas dos EUA

1946 – É lançado o selo Penguin Classics, tornando os textos clássicos acessíveis a todos. É fundada a Penguin da Austrália

1960 – A Penguin lança O Amante de Lady Chatterley e é processada com base no Obscene Publications Act, lei que restringe a edição de publicações consideradas obscenas. Após sua absolvição, o livro vende 2 milhões de cópias em seis semanas

1967 – É fundado o selo Allen Lane The Penguin Press, um novo desafio para a editora que, com isso, passa a publicar também livros de

Capa dura

1973 – Penguin ganha uma filial na Nova Zelândia

1974 – É fundada a Penguin do Canadá

1975 – A Penguin conquista espaço importante no mercado norte-americano ao comprar a Viking Press, com catálogos de livros em capa dura

1970 – Durante esta década, a Penguin assume a liderança do mercado de livros infantis do Reino Unido com obras como A Fantástica Fábrica de Chocolate, de

Roald Dahl

1986 – É fundada a Companhia das Letras no Brasil

2005 – A Companhia de Bolso publica seus primeiros títulos

2006 – Penguin abre filial na China

2008 – A Companhia adquire a obra completa de Jorge Amado

2009 – Surge o selo Quadrinhos na Cia.

2010 – Ano marca os 75 anos da Penguin. No Brasil, surge o selo que une a Penguin à Companhia das Letras

Fonte: Companhia das Letras

Se quisesse, a Companhia das Letras poderia criar uma série de livros clássicos fácil-fácil. Os títulos são de domínio público – o que significa que não é preciso pa­­gar direitos autorais para publicá-los – e encontrar bons tradutores não seria difícil para a editora que publica em português alguns dos nomes mais importantes da literatura no planeta, do israelense Amós Oz ao italiano Alessandro Baricco, passando por uma lista impressionante de nobéis de várias nacionalidades.

Para disputar o filão dos clássicos, a Companhia deu um passo ousado. Em vez de listar títulos para a publicação, fechou um acordo com a britânica Penguin, braço da empresa de comunicação Pearson e uma das maiores casas editoriais do mundo. A união garante à Companhia o acesso a um catálogo de clássicos com 1,5 mil títulos.

Em comunicado divulgado pela Companhia, o presidente da Penguin, John Makison, se referiu ao mercado brasileiro como "um dos mais dinâmicos e promissores do mundo". E as ambições não são pequenas. "O histórico de publicação e o estilo da Companhia estão em completa consonância com os nossos, e juntos esperamos reinventar a publicação de clássicos no Brasil", diz Makison.

Para Luiz Schwarcz, presidente e editor da Companhia das Letras, a parceria é "tudo o que poderíamos sonhar". Ele considera a Penguin uma editora "que desafia o tempo com livros que seguirão nos fascinando por séculos".

A união das duas empresas – uma disposta a entrar no Brasil, outra a fim de disputar o mercado de clássicos – dará início a dois selos que começam a colocar livros no mercado a partir do ano que vem. Ambos serão coordenados por Matinas Suzuki Jr. e André Conti.

O Penguin Companhia Clás­sicos abrigará os livros que fazem parte do acervo da editoria britânica (como O Príncipe, de Nicolau Maquiavel, prefaciado pelo ex-presidente Fernando Hen­­rique Cardoso) e, ao mesmo tempo, deve abrir espaço para os totens brasileiros. O primeiro será o bai­­ano Jorge Amado (1912-2001), que ganhará uma edição sob a marca "Essencial", o equivalente nacional para o "Por­ta­ble" (ou portátil) da versão inglesa. Neste caso, a proposta é reunir em um volume único alguns dos textos fundamentais de cada escritor.

Já o Penguin & Companhia das Letras traz ao país a famosa série listrada da britânica, em que a capa é dividida em três faixas, a central é sempre branca e traz o nome do autor e da obra, enquanto a superior e a inferior são coloridas e estampam o nome do selo em cima e, embaixo, o indefectível pinguim que marca os títulos da editora. Cada cor indica um gênero: laranja para romances, azul para biografias e verde para histórias policiais.

Dois títulos já estão confirmados neste selo: Memórias de um Sargento de Milícias, de Manuel Antônio de Almeida (acrescido de introdução e notas de José Murilo de Carvalho), e O Brasil Holandês, volume organizado por Evaldo Cabral de Mello.

A proposta de oferecer edições com textos de apoio também segue a proposta original da Penguin, de "novas traduções de grandes obras realizadas não apenas por tradutores tecnicamente bem-preparados, mas principalmente por escritores profissionais que, além daquele domínio básico, tinham a capacidade de não se deixar escravizar pelo idioma original das obras, produzindo textos, em inglês, de alta qualidade e agradável leitura".

Hoje, a Penguin opera em dez países (incluindo o Brasil) e, em 2008, vendeu R$ 2,7 bilhões em livros – um faturamento equivalente ao total do mercado editorial brasileiro no mesmo período.

A proposta das editoras é lançar 12 títulos no que vem – ou um por mês – e, de 2011 em diante, 24 títulos por ano – um a cada 15 dias. Os preços devem variar entre R$ 15 e R$ 35. Para se fazer uma comparação, na Livraria Cultura é possível comprar a edição importada de Os Irmãos Karamázov, de Dostoiévski, pela Penguin Classics, por R$ 29,46 (com 960 páginas).

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