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Os criadores de "Pequena Miss Sunshine" (veja trailer) têm plena consciência da ironia do fato de que seu filme, um repúdio irreverente da cultura competitiva, é um dos principais candidatos ao maior concurso de beleza de Hollywood: o Oscar. Em seu percurso acidentado do limbo de produção para favorito dos festivais de cinema e, agora, favorito ao Oscar, essa comédia de baixo orçamento sobre uma família problemática que atravessa o país numa Kombi decrépita já comprovou que é um filme pequeno em condições de concorrer ao prêmio maior do cinema.

"Pequena Miss Sunshine" recebeu quatro indicações ao Oscar, incluindo o de melhor filme. Ninguém se surpreendeu mais com tudo isso que o roteirista novato do filme ou a dupla de marido e mulher que fez sua estréia na direção com "Miss Sunshine". O roteirista Michael Arndt comentou: "Isso vem confirmar a idéia de que qualquer pessoa munida de computador pode se sentar e escrever um roteiro -- sem contar com agentes, créditos ou qualquer experiência anterior -- e, se tiver muita sorte, pode fazer sucesso".

Sua história, sobre uma garota que é candidata improvável num concurso de beleza mirim e uma família cujos membros se aproximam em função das decepções sofridas na vida, foi indicada para o Oscar de melhor roteiro original.

Luta pata fazer o filme

"Pequena Miss Sunshine" foi lançado pela divisão de filmes de arte da 20th Century Fox, a Fox Searchlight. É o primeiro roteiro de um longa escrito por Arndt que chega a ser produzido, tendo sido abandonado inicialmente por outro estúdio depois de três anos em desenvolvimento.

Em entrevista, o roteirista contou que já tinha desistido do projeto. "Mas o ano passado inteiro foi uma espécie de Lei de Murphy invertida. Tudo o que poderia dar certo deu certo". Para o casal Jonathan Dayton e Valerie Faris, que dirigiu "Miss Sunshine", é marcante o paradoxo entre a mensagem do filme, contrária aos concursos, e a disputa pelo Oscar.

Feito com 8 milhões de dólares, o filme tem um clima de pequena escala que o diferencia das produções maiores que costumam ser bem vistas pela Academia de Artes e Ciências Cinematográficas. Justapondo Alan Arkin no papel de avô mal-humorado, que cheira heroína e gosta de pornografia, com Abigail Breslin, de 10 anos, no papel da corajosa heroína, Olive, o filme bizarro e engraçado emocionou e divertiu o público.

Leonard Maltin, crítico de cinema do programa "Entertainment Tonight", disse que "Miss Sunshine" lembra outros dois sucessos cômicos inesperados dos últimos anos: "Ou Tudo ou Nada", de 1997, que recebeu quatro indicações ao Oscar e levou para casa o prêmio de melhor música, e "Casamento Grego", de 2002, indicado para o Oscar de melhor roteiro.

Alan Arkin e Abigail Breslin, ambos nomeados ao Oscar de atuação coadjuvante, lideram um elenco que inclui os atores indicados ao Oscar no passado Greg Kinnear e Toni Collette, nos papéis dos estressados pais de Olive, e Steve Carell, do seriado de TV "The Office", como o tio suicida da garota.

No mês de janeiro o filme arrecadou quase 60 milhões de dólares nas bilheterias americanas.

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