Apoio
A biblioteca é fruto do apoio da relojoaria suíça IWC Shaffhausen à Fundação Antoine de Saint-Exupéry, criada pelos herdeiros e admiradores do escritor de O Pequeno Príncipe. O lançamento contará com a embaixadora da marca, Adriana Lima. Sensível à causa e para apoiar o projeto, a modelo doará seu cachê de R$ 70 mil ao hospital Pequeno Príncipe.
Olivier D’Agay, sobrinho-neto do escritor Antoine de Saint-Exupéry (1900-1944), não tem boas recordações de O Pequeno Príncipe, livro mais famoso do tio-avô.
Aos dez anos, foi apresentado à obra pela avó, que morreria logo depois, como num passe de mágica inesperado.
Mas o susto inicial serviu como introdução inusitada à obra fantástica do francês, gigantesca porta de entrada para a literatura, inclusive no Brasil.
“Tudo ficou bem logo depois, quando reli e vi a maravilha de livro que tinha em mãos”, diz o francês.
Olivier está em Curitiba para a inauguração da biblioteca do Hospital Pequeno Príncipe – o evento ocorreu às 14h30 desta terça-feira (14). Instalada no quinto andar do hospital infantil, o espaço terá mil títulos infanto-juvenis e outros mil para adultos. Uma televisão de 42 polegadas e um aparelho Blu-ray servirão para sessões de cinema.
Elementos lúdicos inspirados na obra de Saint-Exupéry – jogos interativos criados pelo artista plástico André Mendes – também estarão disponíveis às crianças que passam por tratamento no espaço.
Quem não têm condições de deixar o quarto terá acesso às obras por meio da “biblioteca itinerante”, outra característica do projeto.
O francês de 56 anos é um dos diretores da Fundação Saint-Exupéry, que cuida do legado do autor de O Pequeno Príncipe. É sua terceira vez em Curitiba.
“O Pequeno Príncipe tem 10 milhões de fãs no Facebook. Quatro milhões são do Brasil”, justifica Olivier, quando perguntado sobre a relação que o país tem com a obra do tio-avô famoso.
“A mensagem ainda é muito importante e responde questões fundamentais, filosóficas, que ainda nos perguntamos hoje”, diz Olivier. “No Brasil, um país emergente que passa por um momento complexo, talvez tenha ainda mais reverberação.”
Após 72 anos da publicação do livro, a recepção por aqui é diferente do que ocorre no país de origem de Saint-Exupéry.
De acordo com o francês, por lá não há mais espaço para literatura sem viés político. “O Pequeno Príncipe não é comunista, nem de direita”, diz.
Hoje, os franceses parecem mais interessados em um autor como Michel Houellebecq, que acaba de lançar Soumission, em que imagina o país sendo governado por um muçulmano.
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