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O filme A Festa da Menina Morta está em cartaz nesta semana no canal Prime Box | Divulgação
O filme A Festa da Menina Morta está em cartaz nesta semana no canal Prime Box| Foto: Divulgação
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O espectador mais atento já percebeu que há alguns meses eles apareceram por ali. Basta levar o controle remoto um pouquinho adiante para constatar a presença dos canais Arte 1, Curta!, Music Box e Prime Box na grade de programação da tevê por assinatura. Beneficiados pelas exigências da Lei da TV Paga – que, a partir de setembro, vai exigir que as operadoras tenham um canal brasileiro de espaço qualificado (caso destes quatro) a cada três canais estrangeiros –, eles entraram nos pacotes básicos das principais operadoras brasileiras e pularam de praticamente nada para uma potencial audiência de até 10 milhões de assinantes de repente.

A oportunidade era tudo que Cícero Aragon, diretor-presidente da Box Brazil, estava esperando. A ideia para criar a programadora Multicanal – eles têm também o Fashion TV e o Travel Box, ainda restritos a poucas operadoras – surgiu há cerca de 5 anos, mas só conseguiu sair do papel em 2011. O primeiro canal a estrear foi o Prime Box, seguido de perto pelo Music Box. O projeto do Arte 1 também já vinha sendo gestado há pelo menos dois anos pelo grupo Bandeirantes. Rogério Gallo, diretor do canal, diz que quando começaram a surgir as primeiras polêmicas relacionadas à lei, eles decidiram congelar o processo até que a regulamentação fosse mais clara. O lançamento oficial aconteceu no ano passado. Já Julio Worcman, do Curta!, conta que o canal surgiu quase por acaso, também em 2012. Dono de uma distribuidora de conteúdo, ele se preparava para atender aos canais brasileiros e estrangeiros quando pensou melhor e viu que programar seu próprio conteúdo poderia ser uma boa.

Olimpo

Para conquistar seu espaço no Olimpo das principais operadoras, todos decidiram apostar em nichos que, segundo eles, estavam em falta na tevê por assinatura.

"Nosso objetivo é complementar o line-up. Não adianta ser outro Canal Brasil. Temos mais de 4 mil licenças de conteúdo, por conta da distribuidora. Séries sensacionais sobre a Segunda Guerra, programas estrangeiros e brasileiros, documentários... É um canal muito ligado em cultura, ciência e história. Fazemos semanas temáticas de programação", explica Worcman.

Atingir um número cada vez maior de espectadores também é o objetivo do Arte 1, que chegou à tevê com o desafio de ser um canal completamente voltado para a arte sem parecer pedante ou elitizado.

"Observando o cenário da tevê paga, vimos que era uma opção em aberto. Tudo que tem a ver com arte no Brasil está crescendo muito: exposições superimportantes vêm para cá e geram uma frequência enorme. O Brasil entrou no mapa da arte do mundo. Mas não queremos que as pessoas tenham a impressão de que é um canal para iniciados. Não há pretensão de ser educativo. É um canal de entretenimento, pop, com embalagem bem contemporânea. Falamos de cinema, teatro, artes plásticas, design, gastronomia... Um canal de variedades sobre arte", esclarece Gallo.

Produção artística

O universo artístico nacional é o foco do Prime Box e do Music Box. O primeiro cobre a produção audiovisual brasileira – longas-metragens, curtas-metragens e minisséries – dos últimos 12 anos. Já o segundo, investe em shows e programas de entrevista sobre música de todos os estilos, do rock ao samba, do sertanejo ao hip-hop. Aragon conta que os canais nasceram também de olho no mercado internacional, e o investimento inicial em estrutura foi pesado: hoje, o satélite usado pela programadora já cobre todo o continente americano e a Europa.

Embora todos os quatro canais trabalhem basicamente com conteúdos adquiridos, a ideia é que no futuro haja mais produções e coproduções originais que é, afinal, o principal objetivo da Lei da TV Paga. Worcman, Gallo e Aragon dizem aguardar liberação de verba do Fundo Setorial do Audiovisual para investir em novos projetos até o ano que vem.

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