A peça Tercer Cuerpo, cuja segunda e última sessão foi apresentada nesta quinta-feira no Sesc da Esquina, começa causando certa estranheza na plateia. Embora a programação oficial cadastre o espetáculo como drama, não demora muito para que o castelhano bem declamado da companhia argentina comece a disparar piadas. O humor não chega a ser histérico, mas tampouco é secundário à montagem.
Pega no contrapé, a audiência primeiro ri de maneira desconfortável, como se sentisse culpa por se alegrar com as desventuras dos personagens. Mas quando o tom de comédia dramática se assenta, o relaxamento chega.
Esse tempo de digestão é necessário apenas porque a premissa é essencialmente dramática. Três personagens, colegas de trabalho em um escritório com jeitão de repartição pública, dividem suas angústias durante as longas horas de ócio entre uma tarefa e outra. Em outro núcleo encenado no mesmo ambiente um casal remói sua relação destrutiva.
Os atos intermediários são o ponto alto da trama: leves, bem escritos e ricamente encenados. O último ato, porém, peca justamente por tentar dar alguma densidade à trama. O final aberto tampouco ajuda.
As legendas em português são outro ponto frouxo. Além de excessivamente concisas em relação ao texto original, têm um efeito negativo sobre o timing comparável ao de uma possível microfonia. Mas, aparentemente, a plateia recorria à tradução apenas nos momentos de aperto em relação ao vocabulário da língua espanhola. GGG
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