Que dureza deve ser entrevistar o maior dos entrevistadores.
Carlos Nader topou a parada e criou uma espécie de filme-diálogo em Eduardo Coutinho, 7 de Outubro, em cartaz.
O documentário é uma conversa ao pé do ouvido com o mestre do “cinema em primeira pessoa”. E dura um maço de cigarros (o entrevistado é uma chaminé).
Pouco se tem a acrescentar sobre obras definitivas como Cabra Marcado Para Morrer (1984) e Edifício Master (2002). A saída, então, foi rever alguns trechos destes filmes na companhia de quem os criou, um sujeito para quem o cinema é uma ferramenta altruísta e humanizadora.
“Ouvir é uma necessidade. Ser ouvido é ser legitimado. Mas só queremos legitimar a nós mesmos”, atesta Coutinho, num quase devaneio.
O filme foi rodado em 2013, quando o cineasta, morto pelo próprio filho em fevereiro de 2014, estava com 80 anos.
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