Programe-se
Natureza Impermanente
Caixa Cultural (R. Cons. Laurindo, 280), (41) 2118-5111. Abertura hoje, às 20 horas. Exposição de terça-feira a sábado, das 9 às 20 horas, e domingo, das 10 às 19 horas. Entrada franca. Até 28 de fevereiro.
À primeira vista, a série Do Infinito, do pernambucano Kilian Glasner, pode parecer tratar da realidade, com fotografias ou a transferência delas para o papel usando grafite. Mas elas não representam a realidade, não são fotos nem são feitas com grafite.
Pensando na fronteira entre a verdade e a imaginação, o artista de 35 anos criou 45 desenhos usando carvão e pastel seco, dos quais a Caixa Cultural expõe 19 a partir de amanhã, na mostra Natureza Impermanente, com abertura na noite de hoje. Todos utilizam a noção de perspectiva conduzindo ao infinito e brincam com o tema dos caminhos estejam eles numa pista de pouso, numa estrada, em meio a um campo ou num rio.
A ilusão é criada pela junção de imagens, como na reprodução que ilustra esta matéria: aparentemente uma paisagem real, ele imaginou aqui uma ponte em meio a uma floresta.
"Busquei colocar o espectador em primeira pessoa, e no momento presente porque o futuro não pode ser enxergado", contou à Gazeta do Povo.
Kilian surpreende pela habilidade com que transita pelo discurso artístico e o mercadológico. Representado por galerias e tendo vendido obras por até R$ 40 mil a colecionadores, o pernambucano formado pela Escola de Belas Artes de Paris conta ter prazer em planejar exposições e trabalhar sem parar.
"O mercado brasileiro de arte está muito mais aquecido que o europeu", conta. No momento ele realiza um trabalho dividido entre Recife e Berlim.
O que catapultou a carreira do jovem foi um convite do programa Rumos Itaú Cultural para expor. "Quando uma entidade legitima o seu trabalho, abrem-se muitas outras portas", conta.
Ele também comemora que seu foco de manifestação artística, o desenho, passe por um reaquecimento, depois de um período de esquecimento, nas suas palavras.