O Ministério da Justiça, através do Departamento de Justiça e Classificação (Dejus), vai realizar uma pesquisa para avaliar a opinião de pais, crianças e adolescentes sobre o impacto das imagens dos programas veiculados na televisão e sobre a classificação indicativa. O estudo vai durar um ano e será realizado em dez cidades das cinco regiões do país. Sai em março edital para a escolha da instituição que coordenará a pesquisa.
Segundo o diretor do Dejus e membro do Conselho Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente (Conanda), José Eduardo Elias Romão, a pesquisa tem a finalidade de verificar o impacto de cenas de violência e de sexo no desenvolvimento de crianças e adolescentes. Esse tipo de estudo, afirma Romão, já é feito em países desenvolvidos.
- Queremos saber de que modo essas imagens influenciam na formação dos jovens - resume.
Num primeiro momento, afirma o diretor do Dejus, a pesquisa que custará R$ 330 mil - trará uma "fotografia da nossa realidade televisiva", para em seguida organizar informações com o intuito de "produzir um estudo longitudinal", que dure uma década, sobre o impacto da violência e do sexo veiculados na tevê brasileira.
- Queremos saber, também, como esse impacto se dá em determinadas regiões, principalmente no interior, num contraponto aos sucessos de audiência nas grandes praças. A recepção da tevê em crianças não é uniforme. Assim, não podemos tratar o impacto das imagens de modo uniforme em todo o país - sublinha Romão.
Para ele, é preciso compreender as peculiaridades regionais para que os pais possam escolher melhor os programas para seus filhos.
Ao mesmo tempo, o estudo do ministério vai verificar se a classificação indicativa na televisão, que entra em vigor em maio, foi bem compreendida pela população brasileira ou se precisa de ajustes. A portaria 264/07, publicada no último dia 12, regulamenta os procedimentos e a divulgação da classificação indicativa dos programas, filmes e qualquer obra audiovisual exibidos pelas tevês.
Segundo o diretor do Dejus, a pesquisa deve começar paralelamente ao início do uso da classificação indicativa pelas emissoras de televisão. Ou seja, no mês de maio.
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