O espetáculo Pessoas Perfeitas, apresentado neste sábado (28) e domingo (29), no Teatro Paiol, é um relato profundo sobre a vida de pessoas aparentemente comuns, mas que carregam histórias e experiências surpreendentes.
A peça lança um olhar sobre os moradores anônimos da grande metrópole, que, mesmo com diferenças, acabam se encontrando e convivendo em um mundo marcado de angústia.
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Leia a matéria completaUm conjunto de elementos perfeitamente conjugados com as cenas (iluminação e sonoplastia pra lá de admiráveis) fez a montagem conquistar a plateia, convidada, em um ou outro ato, a interagir com os personagens. A dramaturgia foi, sem dúvida, o presente para o público nesta peça. Atores desenvoltos e entregues, que só deixam de ser eles no momento em que voltam para a despedida. Impossível deixar de citar a empolgante atuação das atrizes Adriana Capparelli e Marta Baião.
A primeira, no papel de Maristela, a cantora de bar que teve medo do sucesso e vive seus últimos momentos degradados por um câncer na laringe.
Já Marta, fez rir e causou pena no papel de Cacilda, que, ao lado de seu marido Robalo (Eduardo Chagas) vive na esperança de retomar o contato com o filho. Enquanto este dia não chega, afoga as amarguras em um mundo de deslumbre que, no fundo, está mais distante dela do que o próprio filho.
Como quase todas as histórias que questionam a existência humana, Pessoas Perfeitas chegou a se perder por alguns momentos em sua própria complexidade. A impressão é de que nem tudo ficou tão claro para os espectadores, conforme foi possível notar pelos comentários na saída da peça.
Mas, a falta de controle sobre algumas das cenas não extrapolou o bom senso. O espetáculo – construído a partir de observações de pessoas feitas no centro de São Paulo – encontrou uma boa solução para destacar personagens tão ocultos como nós mesmos e que aprendem pelas próprias dores que a vida está longe de ser perfeita.