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Jairo e Clenice: juntos há dez anos | Divulgação
Jairo e Clenice: juntos há dez anos| Foto: Divulgação

O paraense Jairo Wilkens, de 35 anos, natural de Vigia, clarinetista. Clenice Ortigara, 32, cascavelense e pianista. Há dez anos a dupla, intitulada Duo Palheta ao Piano, explora as possibilidades sonoras dos instrumentos que tocam. Se, na história da música erudita, esta formação tem sido a base para que grandes composições surjam, devido principalmente à versatilidade do piano, Jairo e Clenice provam com dois concertos de repertórios distintos e cronologicamente abrangentes que só piano e clarinete dão conta do recado.

Às 20 horas de hoje, na Capela Santa Maria, o Duo Palheta ao Piano apresenta composições europeias. O recital será aberto com "Grand Duo Concertant", de Carl Maria von Weber (1786-1826), com­­positor alemão significativo na transição do classicismo para o romantismo. Obras de Johannes Brahms (1833-1897), Bohuslav Martinu (1890-1959) e de Francis Poulenc (1899-1963) também estão na pauta. "Os dois primeiros são compositores alemães de diferentes estilos. Depois temos o checo Martinu e o Poulenc [francês], também de características distintas. Isso comprova a versatilidade da formação clarinete-piano", diz Wil­­kens, que conheceu Clenice na Faculdade de Música e Belas Artes do Paraná, em 1999.

No segundo dia de concerto, amanhã, também às 20 horas, composições do cintinente americano ganham vez. Algumas, brasileiríssimas. Outras chegam a flertar com o jazz, inclusive. "Pode soar ou parecer estranho, mas queremos mesmo é aproveitar a oportunidade para tocar", conta o clarinetista.

Então, surgem composições brasileiras, como "Águas Claras", de Edmundo Villani Cortes; "Valsa-choro", de Osvaldo Lacerda; e "Paisagens de Outono", obra do mineiro radicado em Curitiba Harry Crowl, especialmente criada para o duo.

A derradeira parte do segundo dia será dedicada aos latino-americanos que usam a formação em músicas folclóricas, como o mexicano Arturo Márquez. E ao jazz, presente em composições de Paquito D’Rivera e de Steven Harloz. Este último é o autor de "Benniana", obra dedicada ao clarinetista Benny Goodman (1909-1986), conhecido como o Rei do Suingue.

"Não existe improvisação, está tudo na partitura. Mas será um momento mais leve e solto do programa, já que o Steve tinha essa característica, de passear tanto pelo jazz quanto pela música erudita", diz Jairo.

Os recitais integram a Série Música de Câmara, da Capela Santa Maria, e foram possíveis graças ao Edital da Fundação Cultural de Curitiba. Como contrapartida social, o projeto – o duo, na verdade –, oferece na próxima sexta-feira, às 18 horas, também na Capela Santa Maria, um recital didático e gratuito entitulado Música para Clarineta e Piano – Uma Abordagem História dos Séculos 18 e 19.

Serviço:

Duo Palheta ao Piano. Capela Santa Maria – Espaço Cultural (R. Cons. Laurindo, 273), (41) 3321-2840. Dias 29 e 30, às 20 horas. R$ 10 e R$ 5. Recital gratuito: dia 1º, às 18 horas.

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