Obras de Marcelo Paciornik têm como base o registro fotográfico, que é retrabalhado com outras técnicas, como a pintura a óleo. Cerca de 18 obras estarão na exposição, que faz um apanhado da sua produção nos últimos três anos.
Em cartaz
Brincando com os Anjos e Outras Imagens Pintadas a Óleo
Zilda Fraletti Galeria de Arte (Av. do Batel, 1.750. Loja 12 Batel), (41) 3026-5999. Inauguração hoje, das 19 horas às 22h30. Visitação de 2ª a 6ª, das 9h30 às 18h30, e sáb., das 10 às 14 horas. Até 15 de setembro.
Dez anos se passaram desde que o artista plástico Marcelo Paciornik expôs individualmente pela última vez em Curitiba, na Casa Romário Martins. Radicado em São Paulo, local cuja efervescência cultural contribuiu para o desenvolvimento do seu trabalho, ele diz que ainda não "cortou o cordão umbilical" com a capital paranaense: o forte sotaque denuncia sua ligação com a cidade, onde procura estar a cada dois meses. Hoje, o artista volta a mostrar suas obras por aqui na exposição Brincando com Anjos e Outras Imagens Pintadas a Óleo, que abre na Zilda Fraletti Galeria de Arte (veja o serviço completo da exposição no Guia Gazeta do Povo).
No total, são 18 obras que extrapolaram a galeria e invadiram os corredores do conjunto comercial Design Center, no qual fica o espaço. A opção se deu principalmente por conta do tamanho dos quadros: algumas pinturas chegam a ter 1,60m por 2,40m, junto com trabalhos de dimensões menores, que fazem um apanhado do que Paciornik vem produzindo nos últimos três anos, com obras de mostras recentes que fez em São Paulo, como Personagens Remixados e O Fazedor de Sonhos.
Além disso, dois quadros inéditos foram produzidos especialmente para a exposição, que tiveram como referência a escultura de um anjo do Theatro Municipal de São Paulo, inspiração de uma série de figuras que destacam principalmente o trabalho de luz e sombra.
A negociação da mostra entre o artista e a curadora e galerista Zilda Fraletti vem desde o início do ano. "Eu tinha muito material, mas era complicado de acertar o que seria de fato", conta o artista, que encontrou o gancho necessário na divulgação da edição 79/80 da revista Gráfica, produzida pela Posigraf com projeto do designer Oswaldo Miranda, o Miran, que apresenta um extenso portfólio de Marcelo Paciornik (a publicação será lançada junto com a exposição).
Técnica
Paciornik, que se formou em Comunicação Visual na Universidade Federal do Paraná em 1994, e já expôs em espaços importantes, como o Museu Brasileiro de Escultura, na galeria Golden Fort 7, de Londres, e participou, em 1996, do Salão Paranaense com a obra Destruição, fundamenta seu trabalho em referências fotográficas. Atualmente, cursa pós-graduação na área na Fundação Amando Álvares Penteado (Faap), e busca dar em suas obras um novo sentido para a técnica, acrescentando a pintura a óleo. "Hoje há uma nova poética fotográfica que está surgindo nas redes sociais. A massificação fez com que ninguém mais pare para olhar atentamente uma imagem", acredita. Por isso, o artista procura, com a técnica, tirar um pouco do argumento fotográfico. "A pessoa vai parar e pensar em como fiz a obra, ela fica mais curiosa quando sabe que é uma mixagem. Ainda existe uma certa aura em cima da pintura."
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