A sombra da pirataria na indústria musical motivou diversos debates entre editores na Feira do Livro de Frankfurt, que termina amanhã. Apesar de o mercado digital ainda ser incipiente em termos mundiais, concluiu-se que a pirataria já praticada é considerável. "Cerca de 60% dos livros baixados pela internet na Alemanha são ilegais", afirmou Gottfried Honnefelder, diretor da Federação Alemã do Comércio do Livro. "E as autoridades responsáveis não fazem nada a respeito."
A cifra foi conseguida a partir de um estudo realizado pela federação, que aponta ainda uma reduzida faixa do mercado alemão ocupada pelo livro digital: 0,7%. Alguns números, no entanto, foram contestados. "A quantidade de pirateados parece ser muito improvável", rebateu Thomas Mosch, membro da direção da Bitkom, federação de empresas tecnológicas alemãs. Segundo ele, o usuário habitual do livro eletrônico em média tem formação universitária e idade madura, contradizendo o perfil tradicional do pirata da internet.
Curiosamente, tal informação foi em parte desmentida por Claire Holloway, diretora da empresa americana de serviços editoriais Bookmasters. Segundo ela, os livros digitais nos EUA, que ocupam 20% do mercado, estão protegidos em sua maioria, mas a pirataria acontece principalmente nas publicações universitárias. "A preferência recai sobre obras de referências, que são mais caras e que serão utilizadas apenas uma vez pelos estudantes", explica.
Assassinatos
Outro assunto de segurança marcou a Feira de Frankfurt, esse mais grave. O PEN Club, organização internacional de escritores, divulgou que, em 2011, ao menos 54 escritores ou jornalistas foram assassinados no mundo estima-se que a cifra possa ser maior e que 111 estão sequestrados ou desaparecidos. O país onde ocorreram mais mortes até o momento foi o México. E o Irã lidera a lista dos que realizaram mais prisões.
Não foi surpresa, portanto, quando a Associação dos Livreiros Alemães escolheu o escritor argelino Boualem Sansal para receber o Prêmio da Paz. Concedida anualmente durante a Feira de Frankfurt, a honraria privilegia autores que lutam pelos direitos humanos. Proscrito em seu país depois de publicar O Juramento dos Bárbaros, em 1999, Sansal acredita que os intelectuais árabes podem ser símbolos da resistência contra a opressão, mesmo que suas obras sejam pouco conhecidas.
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