O cinema de Pier Paolo Pasolini (1922-1975) motiva um Ciclo de Filmes no Paço da Liberdade batizado de "Uma Desesperada Vitalidade", expressão que o escritor e diretor italiano usou para definir a poesia que ele perseguia também pelas imagens. A programação gratuita começa nesta terça-feira (18) com uma sessão do filme Accattone, logo após de o diretor do Instituto Italiano de Cultura de São Paulo, Attilio De Gasperis, proferir uma palestra sobre o cineasta.
Os cinco filmes que serão vistos em cópias legendadas, até domingo (23), foram cedidos pelo instituto paulista, de acordo com o que havia de disponível e licenciado para exibição entre sua obra. Portanto, sem um recorte curatorial. São basicamente os quatro títulos da Coleção Pasolini Volume 1, lançada em DVD pela distribuidora Versátil. E um mais: As Mil e Uma Noites, o mais recente de uma amostra que abrange produções de 1961 a 1974. Morreria um ano depois, num assassinato brutal que o desfigurou.
Pasolini passou da literatura ao cinema, segundo dizia, por descrer da língua italiana e da sociedade que a dizia. Accattone (1961) foi seu primeiro filme, carregando no título o nome do protagonista, um cafetão desestabilizado pela prisão da prostituta que explorava. Bernardo Bertolucci fez a assistência de direção.
Accattone é considerado uma obra de neo-realismo tardio, assim como Mamma Roma (1962). Neste outro, novamente retrata uma prostituta, papel de Ana Magnani (Roma, Cidade Aberta), cujo drama está em tentar recuperar a guarda do filho.
Tido como uma das obras-primas do cineasta italiano, Teorema ficou fora do ciclo. Mas outro clássico será mostrado: O Evangelho Segundo São Mateus (1964), endossado até pelo Vaticano.
A programação contempla ainda a tragédia grega Medéia (1969), em que a diva do canto lírico Maria Callas assume a personagem feiticeira, cujo destino fatal é assassinar a família e a si mesma. Além do já citado As Mil e uma Noites (1974), inspirado por antigos contos eróticos, trágicos e românticos do Oriente Médio.
Desde o início, Pasolini tratou da realidade criticando aquela sociedade em que vivia com um modo de filmar poetizado. "O cinema de poesia é aquele que cria sínteses poéticas por meio de movimentos de câmera, edição, etc.", diz Nicola Matevski, organizador do ciclo. "Nos seus filmes, se manifesta como um forte interesse pela estilização da realidade."
Lula arranca uma surpreendente concessão dos militares
Polêmicas com Janja vão além do constrangimento e viram problema real para o governo
Cid Gomes vê “acúmulo de poder” no PT do Ceará e sinaliza racha com governador
Lista de indiciados da PF: Bolsonaro e Braga Netto nas mãos de Alexandre de Moraes; acompanhe o Sem Rodeios
Deixe sua opinião