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Trabalhadores estão retirando a neve do chalé de Roman Polanski nos Alpes, nesta segunda-feira (30), dando indicações de que o cineasta pode a qualquer momento sair da cadeia em Zurique e ir para o local, que servirá como prisão domiciliar. No fim de semana, uma equipe de segurança também esteve na casa.

O ministro da Justiça suíço não confirmou quando o diretor –que tem de pagar 4,5 milhões de francos (quase R$ 8 milhões) de fiança– deve ser libertado.

O porta-voz Folco Galli afirmou apenas que ainda há pendências a serem resolvidas sobre a decisão da Justiça, que definiu na semana passada que Polanski pode viver no chalé desde que use um bracelete de monitoramento eletrônico. "Se as condições forem cumpridas, ele vai para Gstaad", afirmou o porta-voz, referindo à luxuosa estação de esqui onde fica a casa do cineasta.

O advogado suíço de Polanski, Lorenz Erni, esteve nesta segunda-feira na prisão de Winterthur, e depois de algumas horas partiu, aparentemente sozinho, sem responder às perguntas da imprensa.

Nenhum esquema de segurança específico parece estar sendo armado para acompanhar o diretor em seu dia-a-dia no chalé, apenas o exigido pela Justiça. Um alarme deve soar se ele deixar a casa, mas terá permissão para buscar a correspondência ou receber convidados no jardim. Ele também poderá usar o telefone, mandar emails, trabalhar em seus filmes e até mesmo dar festas. Conversas telefônicas não serão monitoradas.

Decisão da Justiça

O Tribunal Penal Federal decidiu, na última quarta-feira liberar o diretor sob pagamento de 4,5 milhões de francos (quase R$ 8 milhões). Ele está detido na Suíça há dois meses a pedido dos Estados Unidos por ter mantido relações sexuais com uma menor há 32 anos. O cineasta aguarda a decisão a respeito de sua extradição para os Estados Unidos. "Polanski será solto da prisão assim que a fiança for paga, os documentos tenham sido entregues, e o sistema de monitoramente eletrônico seja instalado e testado", disse o Ministério de Justiça em comunicado, na quinta-feira. "Nós não iremos exibi-lo como um animal exótico", disse Folco Galli. "Não será uma questão de horas... A fiança tem de ser paga, o transporte e a prisão domiciliar têm de ser organizados."

Quando deixar a cadeia, o diretor de "O pianista" deverá usar um bracelete de monitoramento eletrônico para poder ser rastreado pela Justiça, que temia que ele pudesse fugir do país. De acordo com o porta-voz, as autoridades suíças deverão decidir sobre a extradição de Polanski para os Estados Unidos em algumas semanas.

Prisão

Polanski, de 76 anos, foi detido em 26 de setembro ao chegar ao aeroporto de Zurique, cidade em que seria premiado em um festival de cinema local.

A detenção foi realizada em resposta a uma ordem de busca emitida pelos EUA e frente a sua extradição do país, de onde tinha fugido em 1978 após ter sido declarado culpado de ter mantido relações sexuais com uma adolescente de 13 anos um ano antes.

Polanski enfrentará uma pena máxima de até dois anos se for devolvido aos EUA para prestar contas diante da Justiça pelo caso.

Desde sua detenção, o cineasta esteve em uma penitenciária localizada em Winterthur, a 19 km de Zurique. Batizado de "Via Láctea", seu chalé fica em uma luxuosa estação de esqui em Gstaad.

Apoio de Sarkozy

A atriz francesa Mathilde Seigner, cunhada de Polanski, afirmou que o presidente francês Nicolas Sarkozy foi um grande apoio no processo de prisão domiciliar.

"Não diria que foi graças ao presidente que Roman foi libertado, mas ele foi genial. E o apoiou muito", afirmou a atriz ao jornal "Le Parisien". "O presidente foi muito eficaz", acrescentou.

Mathilde é irmã da companheira do cineasta, a também atriz e cantora francesa Emmanuelle Seigner.

O caso Polanski gerou vivas reações na França, principalmente na esfera artística, onde foi amplamente defendido. O cineasta tem cidadania dupla polonesa e francesa.

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