O cineasta Roman Polanski será transferido discretamente de uma cadeia em Zurique para a prisão domiciliar em seu chalé nos Alpes, afirmaram nesta quinta-feira (26) autoridades suíças. A conclusão do processo de libertação do diretor - que está preso na Suíça desde o final de setembro -, depois que um tribunal aprovou sua saída mediante pagamento de fiança, deve levar pelo menos mais um dia.
Um porta-voz do Ministério da Justiça do país, a quem cabe decidir se recorre ou não da decisão do tribunal, afirmou à agência de notícias Associated Press que ainda estão sendo providenciados os detalhes para a libertação de Polanski.
"Nós não iremos exibi-lo como um animal exótico", disse Folco Galli. "Não será uma questão de horas... A fiança tem de ser paga, o transporte e a prisão domiciliar têm de ser organizados."
Quando deixar a cadeia, o diretor de "O pianista" deverá usar um bracelete de monitoramento eletrônico para poder ser rastreado pela Justiça, que temia que ele pudesse fugir do país. De acordo com o porta-voz, as autoridades suíças deverão decidir sobre a extradição de Polanski para os Estados Unidos "em um par de semanas".
Polanski, de 76 anos, foi detido em 26 de setembro ao chegar ao aeroporto de Zurique, cidade em que seria premiado em um festival de cinema local.
A detenção foi realizada em resposta a uma ordem de busca emitida pelos EUA e frente a sua extradição do país, de onde tinha fugido em 1978 após ter sido declarado culpado de ter mantido relações sexuais com uma adolescente de 13 anos um ano antes.
Polanski enfrentará uma pena máxima de até dois anos se for devolvido aos EUA para prestar contas diante da Justiça pelo caso.
Desde sua detenção, o cineasta esteve em uma penitenciária localizada em Winterthur, a 19 km de Zurique. Batizado de "Via Láctea", seu chalé fica em uma luxuosa estação de esqui em Gstaad.
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