Com algo estranho no ar, Poléxia apresentou as canções semicultuadas de O Avesso no Teatro do Paiol, no último domingo| Foto: Cido Marques/Divulgação

"Quem te viu e quem te vê/ Abram alas que o rei voltou", cantou logo na primeira música um – aparentemente – encafifado Rodrigo Lemos, no último domingo, no Teatro do Paiol. Depois da reunião para um show na Corrente Cultural, em novembro do ano passado, a Poléxia tinha um objetivo mais nobre: revisitar o semicultuado disco O Avesso, lançado pela banda há dez anos. Mas havia algo no ar. E nas muitas cadeiras vazias do mítico espaço.

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Rodrigo Lemos (voz e guitarra) e Eduardo Cirino (escaleta e teclados) estavam acompanhados por Neto Relics (bateria) e Francis Yokohama (baixo e vocais), membros da última formação daquela banda que um dia foi sinônimo de pop inteligente e bem feito. O próprio Lemos confessou, com olhar assustado, que o baixista e o baterista tiveram de (re)aprender as músicas. Talvez por isso, algumas versões, apesar da fidelidade claramente almejada, não saíram como deveriam.

Mas é claro que era um show diferente. E por isso, neste caso, existe um "perdão retroativo". A graça da coisa era voltar a 2004, aos Korovas da vida. Cantar a toda voz "Aos Garotos de Aluguel" – cuja comparação com a versão executada pela Banda Mais Bonita da Cidade é covardia. O bacana foi esboçar um sorriso com as dancinhas marotas de Eduardo Cirino. Foi ver o coprodutor do disco, Virgínio Milléo, tocar "aquela" slide guitar em "Nuvens". E perceber o trio de cordas que participou da gravação do álbum agigantar, ao vivo, a execução da linda "Melhor Assim". Ao que parece, a Poléxia está voltando, aos poucos. Há um pocket show programado para o próximo dia 28, na Fnac Curitiba. Melhor assim? GGG

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