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Os Bons Suicidas é o segundo livro de Hill | Divulgação
Os Bons Suicidas é o segundo livro de Hill| Foto: Divulgação

Romance

Os Bons SuicidasToni Hill. Tradução de Toni Hill. Tordesilhas, 392 págs; R$ 43.

Sara Mahler é uma mulher comum, cuja vida tranquila e sem grandes intercorrências não levanta nenhum tipo de "suspeita", boa ou má. Um dia, porém, ela para em uma estação de metrô de Barcelona: se suicida ao se jogar nos trilhos do trem.

A morte da personagem e a investigação do inspetor Héctor Salgado é o que amarra a trama de Os Bons Suicidas (Editora Tordesilhas), segundo romance do autor espanhol Toni Hill, que estreou na literatura em 2013 com O Verão das Bonecas Mortas, lançado no Brasil pela mesma editora, e que faz parte de uma trilogia sobre o inspetor – o terceiro volume deve ser lançado na Espanha em breve.

Psicólogo de formação, Hill trabalhou como tradutor de obras por mais de uma década, e sua estreia na literatura é pontuada pela crítica como o "retorno" do romance policial. De fato, a trama repleta de reviravoltas ajuda a deixar o clima de suspense ainda mais evidente para o leitor.

Outro ponto interessante são as investigações policiais para se chegar à resolução do caso, já que Sara, secretária de uma fábrica de cosméticos, não deixou nenhuma evidência clara sobre o porquê de ter tirado a própria vida. A única pista, macabra, é uma mensagem do celular da secretária, recolhido da cena do crime com um aviso "não esqueça", seguida da foto de três cachorros mortos, amarrados em uma árvore.

Assim que assume o caso, o inspetor, levando em conta a foto do celular, encabeça a teoria de que Sara foi, de alguma maneira, induzida a tirar a própria vida. As imagens das câmeras de segurança da estação também ajudam na teoria de Salgado, já que a passageira se mostrava inquieta o tempo todo, olhando para os lados de maneira aflita.

Ao longo da investigação, se descobre que outro funcionário da mesma empresa de Sara também havia se suicidado meses antes, após matar a esposa e a filha – era uma família supostamente feliz, e a forte história do assassinato é a que abre o livro. O que poderia ser uma simples coincidência, porém, se revela como causa principal.

Ambiente

Apesar das várias histórias paralelas, a ambientação que Toni Hill faz das cenas que descreve ajuda a prender a leitura, que, às vezes, pode se perder um pouco com o surgimento repentino de alguns personagens. Quando começa a narrar o suicídio de Sara, por exemplo, descreve tudo o que englobou o crime: as luzes azuis das radiopatrulhas, os bancos de madeira usados pelos mendigos para dormir. Também coloca as sensações do inspetor ao chegar no metrô, local comum para os suicidas, e muito mais numeroso do que o publicado na imprensa e nas estatísticas. São elementos que ajudam na empatia do leitor com os personagens. GGG

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