O fim dos anos 90 foi uma época frutífera para o retorno de bandas de sucesso da década de 80. No cenário internacional, bandas como Kiss, Twisted Sister, Smashing Pumpkins, entre outros, retornaram com as suas formações originais – ou o mais próximo disso. Independente dos motivos que propiciaram essas voltas as raízes, o fenômeno mundial também teve reflexões no Brasil. Em terras tupiniquins, um dos retornos de maior sucesso foi o do Capital Inicial, banda que apresenta-se na noite deste sábado (11) no Curitiba Master Hall.

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O quarteto original, formado por Dinho Ouro Preto (vocais), Loro Jones (guitarra), e os irmãos Flávio (baixo) e Fê Lemos (bateria) - que se dissolveu precocemente após "Eletricidade", de 1991 - voltou aos palcos em 1998. Logo de cara, o seu primeiro projeto após um hiato de nove anos sem tocarem juntos, o grupo conseguiu um enorme sucesso e repercussão. Era o álbum "Acústico MTV", lançado em 2000. A partir daí, o grupo não parou mais, turnês seguiram-se e mesmo com a saída de Loro Jones – amigavelmente, o guitarrista queria se dedicar à família – a banda seguiu em frente e gravou mais dois registros ("Rosas e Vinho Tinto", de 2002 e "Gigante" de 2004). Atualmente, o dono das seis cordas do Capital é Yves Passarell (ex-Víper).

O retorno à ativa do grupo também propiciou a volta alguns desejos não realizados no passado. Talvez o maior deles era resgatar a história e as gravações inéditas do Aborto Elétrico, banda formada por Fê e Flávio Lemos (integrantes do Capital) e liderada por Renato Russo no fim dos anos 70, em Brasília. O fim do Aborto Elétrico propiciou o nascimento não só do Capital Inicial, mas também da Legião Urbana.

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Projeto sai do papelNo fim de 2005, após muita pesquisa, trabalho e suor, o projeto pôde sair do papel, e se transformou no "MTV Especial – Capital Inicial – Aborto Elétrico". Depois das árduas gravações, o grupo folgou por dois meses e agora abre a turnê do CD em Curitiba. A expectativa é grande. Pelo menos é o que confirma o vocalista Dinho Ouro Preto, em entrevista à Gazeta do Povo por telefone. "Vai ser difícil evitar a tensão. Estou bem nervoso", confessa.

O show promete ser apresentado em duas partes, com uma divisão de repertório entre as canções do recente trabalho e as músicas já consagradas do Capital. Além dessa novidade, os dois atos vão contar com cenários distintos no palco. Segundo Dinho, a idéia inicial era de fazer um show só com composições do Aborto Elétrico, mas a vontade da banda caiu por terra. Isto porque os fãs do quarteto esperam ouvir as canções do Capital. Desta forma, a primeira parte conta com 11 músicas do Aborto Elétrico, e a segunda com 11 canções do Capital Inicial.

E os momentos diferentes da apresentação prometem ser fiéis as suas propostas, de acordo com Dinho. "O primeiro tenta recriar uma atmosfera de garagem, com uma iluminação simples e projeções políticas feitas pelo artista plástico paulista Palumbo. Já a segunda parte, a do Capital, é um ‘showzão’, que envolve luzes e infláveis", adianta.

No repertório, músicas do Aborto Elétrico, mas que ficaram conhecidas nacionalmente pelo Capital e pela Legião Urbana como "Fátima", "Química", "Conexão Amazônica", "Veraneio Vascaína", "Música Urbana" e "Geração Coca-Cola" devem levar os curitibanos ao delírio.

RecomeçoSobre a escolha de Curitiba para o pontapé inicial da turnê, que vai percorrer o Brasil inteiro, Dinho revela a decisão foi uma estratégia para retomar uma relação de amizade com o público local, que vem de longa data. "Houve momentos em nossa carreira, como no início dos anos 90, em que tocávamos aí praticamente todo o mês. Eu gostaria que esse show marcasse o recomeço de uma época em que gente passa a freqüentar mais a cidade. Sabemos que isso depende muito da gente e estamos dando o pontapé inicial", finaliza. E certamente o público de Curitiba também fará a sua parte na noite deste sábado.

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Outros shows

Para o curitibano que preferir outras opções de diversão para o sabadão, basta escolher entre a música eletrônica, com o conhecido Kokum Kaya, que acontece no Aeroporto Afonso Pena, ou ainda por atrações mais populares, como a apresentação da cantora Joyce no Teatro Paiol e todo o repertório de forró e baião das Bastianas no Espaço Cultural Calamengau às 22h.

Confira a agenda completa no roteiro de shows

Serviço:

Show com a banda Capital Inicial. Sábado (11) a partir das 23h. Curitiba Master Hall (R. Itajubá, 143), (41) 3248-1001. Entrada: R$ 60,00 e R$ 30,00 (estudantes e doadores de um quilo de alimento não-perecível).

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Kokum Kaya – DJs Paulo Antônio, Aninha, Life Is a Loop, Mau Mau, Rica, Du Serena e Spectral Funk. Sábado (11) a partir das 23h. Aeroporto Afonso Pena (Av. Rocha Pombo, s/n.º – São José dos Pinhais), (41) 3323-6499. Entrada: Ingressos a confirmar.

Joyce. Sábado (11) a partir das 21h. Teatro Paiol (Pça. Guido Viaro, s/n.º), (41) 3322-1525. Entrada: R$30,00 e R$15,00 (estudantes e doadores de um quilo de alimento não-perecível).

As Bastianas. Sábado (11) a partir das 22h. Espaço Cultural Calamengau (R. Dr. Roberto Barrozo, 1.190), (41) 3338-7766. Entrada: R$ 12,00 (até às 23h30).