Uma das mais importantes bailaoras do flamenco, e isso em âmbito internacional, está em Curitiba. A espanhola Carmen La Talegona ministra um workshop (que começou na última quinta-feira e segue até amanhã) nas dependências da Escola de Dança Carmen Romero. Anteriormente, La Talegona passou por outras três cidades (Rio de Janeiro, São Paulo e Porto Alegre). Essa "turnê brasileira", batizada Grandes Nomes do Flamenco Bailaoras 2009, é uma iniciativa de Ana Guerrero e Talita Sanchez.
Ana e Talita estão à frente do Festival Internacional de Flamenco, que este ano chega em sua oitava edição, em São José dos Campos (SP). O evento, realizado em agosto, é o ponto alto do calendário flamenco no Brasil, sobretudo por viabilizar cursos de aprimoramento e espetáculos com artistas internacionais. Carmen La Talegona esteve na edição de 2007 e, como a sua participação foi considerada "excelente" por professores e alunos, a organização do festival trouxe a bailaora para o Brasil no ano passado e novamente para essa temporada 2009.
Carmen La Talegona, de 32 anos, baila desde os 7. Nasceu em uma família andaluza em Córdoba, sul da Espanha ela é sobrinha do célebre cantaor Talegón de Córdoba. Atualmente, apresenta-se no Casa Patas, um dos mais tradicionais palcos de Madri, onde também leciona. Viaja pelo mundo, a bailar, a ministrar cursos. Do Japão ao México. "A vida está difícil na Espanha", afirma a bailaora, referindo-se aos efeitos da crise financeira.
O Brasil é,para ela, sinônimo de fartura. Aqui, aproveita para consumir o que é proibitivo na Europa: frutas, churrasco, tomate seco e rúcula e, também, cerveja. "Há muita energia neste país", diz. Nesta turnê, La Talegona ministrou aula para 200 pessoas em Curitiba foram 40 alunos. "Os brasileiros se interessam muito pelo flamenco, e o nível médio dos alunos é bom.".
No meio flamenco, costuma-se dizer que, quando o baila funciona, é porque o "duende" estava ali. La Talegona explica que ou o artista "nasce" com o "duende" ou "nada feito". "O duende é o que faz a gente ficar fora de si, completamente sem controle sobre o que está fazendo no palco. Sou uma pessoa desconhecida, até de mim, quando estou bailando", diz a artista que, entre outras superstições, jamais passa embaixo de uma escada.
A produtora Ana Guerrero anuncia que, em uma próxima ocasião, a meta será além de curso promover uma apresentação de La Talegona na capital paranaense. O público curitibano já lotou o Guairão, por exemplo, dia 10 de maio do ano passado para ver a performance de Eva Yerbabuena e, em outras duas ocasiões, espetáculos de Antônio Márquez ambos nomes relevantes do flamenco mundial. "O flamenco já tem demanda em Curitiba", completa Carmen Romero, que mantém uma escola há 16 anos, hoje com 60 alunos e que realiza apresentações anuais no Guairinha.
Essa oficina internacional, a primeira que acontece na academia de Carmen Romero, também contou com a presença do cantaor carioca Diego Zarcón e do guitarrista curitibano Jony Gonçalves afinal, é impossível lecionar e aprender flamenco com, por exemplo, "música gravada" e sem a presença do cante ao vivo. Gonçalves, hoje administrando o Instituto Flamenco Brasileiro de Arte e Cultura, no bairro São Lourenço, em Curitiba, prepara eventos, que terão personalidades internacionais do flamenco, a serem realizados nos palcos curitibanos ainda em 2009.
"Flamenco é um estilo de vida", define La Talegona, repetindo o que costumeiramente bailaores e cantaores dizem e que, de fato, traduz essa arte em que, cada apresentação é única, assim como os dias e a própria vida.
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