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Márcio Abreu, da Cia. Brasileira, dirige De Verdade com atores do Rio de Janeiro | Divulgação
Márcio Abreu, da Cia. Brasileira, dirige De Verdade com atores do Rio de Janeiro| Foto: Divulgação
  • Guta Stresser volta a estrelar O Casamento, que agora ganha remontagem

teatro curitibano tem espaço garantido na Mostra Oficial do Festival. Não por reserva de mercado e sim por trajetórias bem-sucedidas e trabalhos consolidados no cenário nacional. Entre os que foram adotados por Curitiba está Marcio Abreu, fundador e integrante da Companhia Brasileira de Teatro. O diretor, nascido no Rio de Janeiro, trilhou sua carreira por aqui e agora dirige a peça De Verdade, com estreia nacional na Mostra Oficial. Abreu também coordena a mostra Na Companhia de..., que vai mostrar textos atuais encenados em palcos de Recife e São Paulo, além de dois trabalhos da própria Cia. (Oxigênio e Isso Te Interessa?).

Já o cineasta curitibano Murilo Hauser traz para o Festival a estreia da peça Ah, a Humanidade! e Outras Exclamações, da também curitibana Pausa Cia. de Teatro. Atualmente, Hauser é um dos principais diretores de curta-metragem do Paraná, além de ser parceiro constante de Felipe Hirsch, outra referência paranaense no cenário nacional.

Outra cara curitibana na Mostra deste ano é a atriz Guta Stresser, a Bebel de A Grande Família, que retorna ao posto de protagonista na montagem comemorativa de O Casamento, peça da companhia carioca Os Fodidos Privilegiados baseada na obra homônima de Nelson Rodrigues. Encenado pela primeira vez em 1997 no Festival de Curitiba, o espetáculo rendeu a Guta o Shell de melhor atriz naquele ano e impulsionou sua carreira nacional. Quinze anos depois, ela conta para a Gazeta do Povo como está sendo reviver este momento.

O Casamento foi um grande marco na sua carreira. Muita coisa mudou nesses 15 anos desde a primeira montagem da peça até agora?

Muita coisa mudou e nada mudou ao mesmo tempo. Quer dizer, a montagem é a mesma, mas nós não somos os mesmos, nós mudamos. São quinze anos, né? Estamos mais maduros, pra não dizer velhos (risos). Uma diferença foi que perdemos um grande amigo, o Marquinhos Corrêa, que fazia uma das freirinhas da peça. Ele era insubstituível. Tanto é que as cenas dele foram tiradas da nova montagem.

Como você se sentiu ao reencontrar o texto de Nelson Rodrigues e o elenco original?

Adorei rever O Casamento e o elenco. Foi como estar em casa, em meio à família. O texto é uma adaptação do Nelson feita, brilhantemente, pelo João Fonseca, nosso diretor, e é de uma crueldade tal que chega a ser engraçada. São tantas atrocidades, tantos dramas misturados que, no final, acaba virando uma comédia. Isso porque todos os personagens parecem estar no limite e todos mostram seus podres, suas "lepras", como diria o Monsenhor, um dos personagens da peça.

A homossexualidade, um dos temas da peça, ainda era um assunto polêmico em 1997. Evoluímos nesse sentido?

Espero que sim! Na verdade, o livro é bem anterior à peça. Muita coisa mudou desde que o Nelson escreveu O Casamento. Mas sempre haverá os caretas e o preconceito não é uma coisa generalizada, mas sim um comportamento individual que, às vezes, encontra eco, outras vezes não. Embora muita coisa tenha melhorado, muita gente também precisa mudar. As leis também para que os direitos possam servir a todos igualmente, independentemente da orientação sexual.

Qual o destino da reestreia?

Ainda não sei qual o caminho que a peça seguirá após o Festival. Torcemos por uma vida longa, com temporada no Rio e mais viagens.

Qual a novidade para quem já viu a peça em 1997 e qual a atração para quem vai vê-la pela primeira vez?

Pra quem viu vai ser uma oportunidade de matar as saudades desse espetáculo que marcou época no Festival e no teatro brasileiro. Pra quem não viu será uma grande chance de conhecer um trabalho magnífico.

Serviço: Oxigênio. Teatro HSBC (Av. Luiz Xavier, 11), (41) 3777-6525. Dias 7 de abril, às 21h, e 8 de abril, às 20h. R$ 30 e R$ 18 (meia-entrada).

Isso Te Interessa?. Teatro HSBC (Av. Luiz Xavier, 11), (41) 3777-6525. Dias 2 de abril, às 20h, e 3 de abril, às 21h. R$ 30 e R$ 18 (meia-entrada).

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