A festa do 2º Prêmio Contigo! de Cinema Nacional foi dividida entre "O ano em que meus pais saíram de férias" e "Se eu fosse você" . O filme de Cao Hamburguer faturou as principais categorias eleitas pelo júri especializado: melhor filme, diretor e roteiro. E apesar de apenas um prêmio na categoria principal (melhor ator para Tony Ramos), a comédia de Daniel Filho foi a sensação do voto popular, abocanhando mais três troféus (filme, ator e atriz, para Glória Pires). Líder de indicações, "Zuzu Angel" levou apenas dois prêmios, um para o figurino de Kika Lopes e, no voto popular, o melhor ator coadjuvante para Daniel de Oliveira. Na mesma categoria feminina, venceu Mariana Ximenes ("A máquina"). A noite, comandada por Deborah Bloch, movimentou o Museu Histórico Nacional, nesta segunda-feira (6).O restante dos prêmios principais foi bem pulverizado. Hermila Guedes, por "O céu de Suely", foi eleita a melhor atriz. Coube a ela, antes, abrir a premiação, entregando o troféu de melhor ator coadjuvante a Antonio Calloni por seu papel em "Anjos do sol". O ator dedicou o prêmio à mulher:
- Ilse, sempre serei seu eterno coadjuvante - declarou-se Calloni, para suspiros da platéia feminina.
- Segura esse homem. Isso que é declaração de amor - emendou Deborah Bloch.A festa foi marcada por outras declarações amorosas: Glória Pires mandou "Orlando, te amo" no palco, Cao Hamburger dedicou à filha e Renato Ladeira agradeceu a mãe, a atriz Renata Fronzi. Já Zezé Polessa, vencedora na categoria melhor atriz coadjuvante pelo júri especializado por sua atuação em "Achados e perdidos", preferiu um discurso mais engajado.
- Quero continuar a fazer trabalhos que possam ajudar a gente a viver melhor - prometeu Zezé.
Nas categorias de documentário (melhor longa e diretor), só deu "Estamira", de Marcos Prado, que já havia faturado outros 32 prêmios na carreira. A melhor fotografia foi para Murilo Salles por "Árido movie" e Renato Ladeira e Cláudio Araújo ("1972") ficaram com o troféu de trilha sonora, pelo júri especializado.
O momento emoção da noite ficou com a homenagem ao diretor Anselmo Duarte. Há 45 anos, ele ganhava a Palma de Ouro no Festival de Cannes com seu "O pagador de promessas". Segundo Deborah Bloch, "nem pagando promessa levamos outro prêmio na tradicional mostra". A Rosa do filme, Glória Menezes - muito emocionada - chamou ao palco o "mais importante diretor brasileiro".
- Não devemos esperar uma recompensa imediata por tudo o que fazemos pelo cinema. O ideal é que ele sirva de exemplo para os que virão amanhã, fazendo de suas vidas um mundo melhor. É importante pensar que aquilo que vão realizar seja um passo a frente, um motivo de orgulho para o povo brasileiro - agradeceu Anselmo, 87 anos, sob os olhares atentos dos 300 convidados, todos de pé.
Outra que provocou comoção na platéia - desta vez sob a forma de risos - foi Elke Maravilha. A atriz, com tranças rastafári multicoloridas, subiu ao palco para entregar o prêmio de melhor figurino.
- Quando vi o Anselmo Duarte tive orgasmo múltiplos! - não se conteve Elke, que depois ainda falou que sua avó era "mongol, nascida mesmo na Mongólia" e ela, a "mongolóide".
Sobrou também para Jonas Bloch, pai da apresentadora Deborah.
- Seu pai é um tesão - confessou Elke, que anunciou a vencedora com gritos estridentes. - Baixou a cacatua em mim - justificou.
Entre os apresentadores-convidados, a maioria fez questão de destacar o nervosismo por estar no palco. Alguns não convenceram. O que não foi o caso de Germano Haiut, de "O ano em que meus pais saíram de férias".
- Passei a vida inteira vendo vocês na tela e vocês existem! Estou muito feliz hoje - disse Germano, quase chorando.
Outros cometeram gafes, como Murilo Rosa que anunciou "vamos aos finalistas" de melhor atriz e Antônio Pitanga, que revelou um "Cao Hamburgman" como melhor diretor. Laureado, Daniel Filho fez questão de chamar ao palco o elenco do filme "Se eu fosse você" e gritou por Patrycia Travassos, mas na verdade era a Pillar... Com modelito curtíssimo, Fernanda Lima fez "mea-culpa" no palco:
- Acho que vim com uma saia meia curta - disse a apresentadora, afastando-se um pouco para trás no palco já que da primeira fila dava para ver sua calcinha.
- Não! - responderam os marmanjos.
A cerimônia homenageou ainda os filmes brasileiros que tiveram como tema a História do Brasil, como "Carlota Joaquina". Além de imagens dos longas no telão e texto bem amarrado lido por Deborah Bloch, os números musicais pegaram carona no mote brazuca. A banda "Moinho da Bahia", liderada por Emanuelle Araújo, cantou "Olê muié rendeira", do filme "O cangaceiro" (1953), e "Bye bye Brasil", música-tema do filme de Cacá Diegues realizado em 1979.
PT apresenta novo “PL da Censura” para regular redes após crescimento da direita nas urnas
Janjapalooza terá apoio de estatais e “cachês simbólicos” devem somar R$ 900 mil
Não há inflação baixa sem controle de gastos: Banco Central repete alerta a Lula
De 6×1 a 4×3: PEC da redução de jornada é populista e pode ser “armadilha” para o emprego
Deixe sua opinião