A primeira-dama da França, Valerie Trierweiler, abandonou os planos de relançar a carreira jornalística na televisão, mas disse que não vai deixar de ser colunista da revista Paris Match porque quer criar seus filhos sem depender do dinheiro do presidente François Hollande.
Valerie, cuja estreia no papel de parceira presidencial foi marcada pelo ataque político à mulher que teve quatro filhos com Hollande, disse em uma entrevista que lamentava esse equívoco e ainda estava encontrando seu caminho.
Duas vezes divorciada e mãe de três filhos, ela falou ao jornal Ouest France que estava abandonando os planos de trabalhar novamente em um canal de TV que deixou durante a corrida presidencial de maio, em que Hollande foi eleito.
"Era um projeto bonito, com um aspecto humanitário, mas eu entendo que ser a parceira do presidente e trabalhar para um canal de televisão pode ser problemático, ou mesmo alimentar suspeita para algumas pessoas", disse Valerie, de 47 anos, que não é casada com Hollande.
Ela insistiu, no entanto, que não via tanta dificuldade em continuar com uma carreira de 22 anos na imprensa semanal e na revista Paris Match, onde ela cruzou pela primeira vez com Hollande como repórter de política e agora escreve uma coluna de artes.
"Eu tenho meus filhos para cuidar e não sei como eu poderia fazer isso sem um salário", disse. "Meu sentimento é de que manter a independência financeira é também uma forma saudável de manter meus pés no chão."
Valerie reconheceu que cometeu um erro quando declarou no Twitter, em junho, seu apoio ao homem que dias depois ganhou uma disputa eleitoral interna contra Ségolène Royal, ex-mulher de Hollande com quem ele teve quatro filhos antes da separação formal em 2007, pouco depois de sua própria derrota na tentativa de se tornar presidente.
"Foi um erro e me arrependo disso", disse Valerie. "Eu ainda não tinha me tocado do fato de que eu não era mais apenas uma cidadã simples. Isso não vai acontecer de novo", afirmou.
Valerie teve três filhos antes de conhecer Hollande, com quem ela vive a maior parte do tempo no apartamento de Paris que eles já compartilhavam antes da eleição presidencial.
Hollande, que soube se vender bem no papel do líder "Sr. Normal" que iria se distanciar da maneira chamativa do predecessor Nicolas Sarkozy, cortou seu próprio salário em 30 por cento para cerca de 15.000 euros (19.400 dólares) por mês e também está procurando cortar custos operacionais no palácio presidencial do Eliseu, onde Valerie tem um escritório e diz que tem uma equipe de três funcionários.
"Meu trabalho solitário como jornalista é algo que eu faço de casa, onde ainda vivemos", disse.