A primeira das duas conferências da ONU realizadas em Curitiba terminou na sexta-feira. Veja os principais acontecimentos da MOP3 durante a semana. A partir de amanhã e até o fim de março é a vez da COP8, que deverá ter a visita do presidente Lula.
Segunda-feira, 13:
A 3.ª Conferência dos Países Membros do Protocolo de Cartagena (MOP3) é aberta oficialmente no Expo Trade Pinhais, na Grande Curitiba. Enviam delegados 94 dos 132 países signatários do protocolo. Também são abertos os eventos paralelos da MOP3.
O Brasil define sua posição com relação ao principal tema de discussão da MOP-3, a identificação de cargas transgênicas exportadas. Basicamente, o Brasil defende que os países, dentro de um prazo de quatro anos, passem a segregar, no armazenamento e no transporte, os transgênicos a serem exportados e também façam análises laboratoriais das cargas para definir exatamente o tipo de organismo geneticamente modificado aquele carregamento contém. Essa proposta fica conhecida como a do modelo de identificação do "contém transgênicos".
O México declara ser favorável a outra proposta: fazer a identificação das cargas por meio de um sistema menos rígido, que não exigiria a segregação dos transgênicos e nem a análise laboratorial das cargas. Essa proposta é conhecida como o modelo do "pode conter transgênicos".
Cerca de 800 manifestantes ligados à Via Campesina fazem caminhada até o Expo Trade a favor do modelo do "contém".
Terça-feira, 14:
O setor do agronegócio critica a posição brasileira a respeito da identificação das cargas. A justificativa é de que esse modelo elevaria os custos da exportação.
Ambientalistas também criticam a proposta brasileira. Acham que quatro anos para adotar o "contém" é muito tempo.
O México reafirma sua posição pelo "pode conter".
Sem-terra do MST e da Via Campesina invadem uma fazenda da multinacional Syngenta, em Santa Tereza do Oeste, para protestar contra os transgênicos. Segundo o Ibama, a área havia sido embargada na semana anterior por estar fazendo plantações experimentais de sementes transgênicas em uma área muito próxima do Parque Nacional do Iguaçu, o que é proibido por lei.
Quarta-feira, 15:
Mais um país se declara pelo "pode conter": o Paraguai. A Nova Zelândia também é acusada de bloquear as negociações para se chegar a um consenso, sem o qual a MOP3 não poderia tomar decisão alguma a respeito do tema (para se aprovar algo neste tipo de encontro é preciso haver consenso entre todos os países).
A Syngenta, em nota, contesta a acusação de que estaria fazendo plantações ilegais em sua fazenda de Santa Tereza do Oeste.
Quinta-feira, 16:
O impasse em torno do modelo de identificação das cargas transgênicas continua na MOP3. Os diplomatas avançam pela noite e madrugada para tentar chegar a um consenso. Além de México e Paraguai, o Peru também aparece como outro país a defender o "pode conter". A Nova Zelândia mostra-se menos inflexível nas negociações. O Brasil admite negociar o prazo de quatro anos para que possa haver um acordo.
Movimentos sociais fazem manifestação em frente ao Expo Trade a favor do modelo do "contém".
A Justiça determina que os sem-terra acampados na fazenda da Syngenta em Santa Tereza do Oeste desocupem a propriedade em cinco dias.
Sexta-feira, 17:
Termina a MOP3. Decisão sobre identificação de produtos transgênicos - com o rótulo "contém" ou "não contém" - é adiada para 2012. O Brasil, que defendeu o "contém", queria que ela fosse obrigatória para 2010. Mas paísem que têm condições já podem classificar os produtos se quiserem.
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