| Foto: Ernesto Vasconcelos/Divulgação

Uma espécie de "Canecão" improvisado abrigou ontem, no ParkCultural do Parkshopping Barigüi, a estreia da primeira noite da 9.ª edição do Risorama. Telões espalhados estrategicamente contentavam os que não conseguiam vencer o mar de cabeças para ver o palco, e uma cozinha funcionava a pleno vapor para dar conta de distribuir salgadinhos e cervejas para as quase mil pessoas que lotaram o recinto.

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Apresentado por Diogo Portugal – que faz o papel de anfitrião do festival até sábado, quando a hostess oficial, Nani People, assume – a estrutura do Risorama é simples: seis esquetes de humor, de dez minutos cada (o humorista Márcio Ribeiro, previsto no programa inicial, não compareceu).

Diogo Portugal começou a esquentar o ânimo do público falando do aniversário de Curitiba e arrancou as primeiras risadas improvisando piadas sobre as cidades-natais da plateia. Terminou sua apresentação com uma impagável imitação do ex-prefeito Rafael Greca e deu espaço para a primeira atração da noite: Jair Kobe, com seu perene personagem, o Guri de Uruguaiana.

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A recepção morna da plateia indicou o que seria uma constante na noite: humoristas que fazem personagens não agradam. Assim foi quando Marlei Cevada trouxe ao palco a assanhada faxineira Marley e também quando Marco Luque – um dos nomes mais aguardados da noite – trouxe o desanimador mágico fajuto Charles Charlaton. Os comediantes quebravam o gelo com a bronca suplicante: "podem aplaudir agora", mas não passava disso.

O que não quer dizer que apenas o clássico prevaleceu. O estreante Gabriel Louchard misturou uma boa comédia stand-up com mágicas impressionantes, interagindo com o público e conquistando risadas ao imitar um mágico de festas infantis.

Gargalhadas mesmo quem arrancou foi o recifense Murilo Gun. Com seu sotaque característico e um ritmo peculiar para disparar palavrões e punchlines cativantes, o rapaz falou sobre o comportamento feminino e outros vícios sociais, deixando a plateia animada para o resto do espetáculo.

A grande estrela da noite, porém, foi mesmo o veterano do humor, mas estreante no gênero, Sérgio Mallandro. Rindo da própria decadência e do fato de ter criado um personagem mais forte que sua própria pessoa, queixava-se de não ser levado a sério e de sentir-se só, e mesmo quando desferiu piadas velhas e não autorais fez a plateia rir. Seus caricaturais "ié ié" e "glu glu" não foram deixados de lado, mas se torna impossível não rir de um homem que age como se fosse uma criança.

Terminou o espetáculo de uma forma que lhe cabia: agradecendo a presença do ator Antônio Fagundes e fazendo a plateia levantar para aplaudir o espectador ilustre, fez todos caírem numa pegadinha do Mallandro.

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