Primeiros contos têm subversão erudita e ironia

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Os 21 contos reunidos neste volume são as primeiras experiências sérias de Huxley em prosa. Apesar de apontarem indícios de seu estilo narrativo, como exageros e aberrações, mostram um lado cômico, humano e mundano que pouco se vê nos seus romances mais famosos e ensaios escritos até a década de 1940.

Os textos são ambientados no interior da Inglaterra, território bucólico e afetado, onde o jovem autor viveu durante a Primeira Guerra Mundial. Um problema de visão o impedira de se alistar para os combates, mas não de observar os estragos da guerra na sociedade vitoriana.

Os contos são permeados de personagens de uma comicidade involuntária e trágica, como o anão que herda uma grande propriedade do pai que o desprezava. Livre, recria um mundo à sua escala: caça coelhos com cães da raça pug, montado em pôneis e pajeado por pigmeus. O drama se dá quando sua esposa, também anã, dá à luz um filho que cresce normalmente e desestabiliza o nanoparaíso. Ou como o conquistador, canalha, que cataloga suas mulheres como um biólogo e termina afogado em sua própria vilania.

Estes textos são interessantes por sacudir a fleuma em torno da obra de Huxley, muito atrelada a sua figura pública de ilustre descendente de uma linhagem de intelectuais.

Neto do famoso cientista Thomas Huxley, vários ramos de sua família continham figuras lustres da inteligência britânica, inclusive seu irmão, Julian Huxley, foi um renomado biólogo.

Aldous educou-se nas conceituadas universidades Eton College e Oxford e exerceu uma atividade intelectual múltipla como jornalista, dramaturgo, crítico, ficcionista, poeta, ensaísta e biógrafo.

Quem escreve estes textos, porém, é o jovem intelectual que faz uma bem-sucedida opção pela subversão; um erudito que questionava a ideia e os usos da cultura. GGGG

GGGGG: Excelente; GGGG: Muito bom; GGG: Bom; GG: Regular; G: Fraco; 1/2: Intermediário; N/A: Não avaliado