Primeiros dias de Rock in Rio tiveram nostalgia, rock pesado e antigos sucessos

• 0

Os três primeiros dias do Rock in Rio, que recomeça nesta quinta-feira (24), foram marcados pela nostalgia (motivada pelas comemorações aos 30 anos da primeira edição, em 1985), pelo entusiasmo dos fãs de metal e pela força de hits de veteranos da música pop.

O festival começou na sexta-feira (18) com um tributo nacional com Jota Quest, Paralamas do Sucesso, Blitz e Titãs, mais Ney Matogrosso, Ivete Sangalo, Erasmo Carlos, Frejat, Kisser, Israel e Ivan Lins no palco principai, que teve a programação encerrada pelo Queen, principal destaque do line up.

Em formação que reúne os remanescentes Brian May (guitarra) e Roger Taylor (bateria) ao cantor Adam Lambert, a banda britânica tocou duas horas de clássicos como “Don’t Stop Me Now”, “Another One Bites the Dust”, “We Will Rock You”, “Bohemian Rhapsody” e “Under Pressure” para uma plateia calorosa, que repetiu o histórico coro de 1985 em “Love Of My Life”.

A sexta-feira também foi marcada por dificuldades por atrasos, calor e dificuldades para chegar e sair da Cidade do Rock.

Sábado (19) foi o dia do rock pesado, começando com o Noturnall, grupo formado por ex-integrantes do Shaman e do Angra, no palco secundário. A banda fez um show consistente, que teve uma participação da cantora veterana Maria Odette – mãe do vocalista Thiago Bianchi. No mesmo palco, a banda Angra, quatro anos depois de uma apresentação considerada ruim da edição de 2011, foi recebida com entusiasmo. O show incluiu uma despedida do guitarrista Kiko Loureiro, que saiu do Angra para ingressar no Megadeth.

O palco Sunset ainda teve shows da banda norte-americana de metal industrial Ministry, que fez o show mais barulhento do dia, e a também americana Korn. O palco principal teve a banda francesa Gojira, que abriu com estilo para o Metallica.

O grupo de James Hetfield (voz, guitarra), destaque da noite, não decepcionou os fãs, mas pareceu tocar “no piloto automático” – aparentemente cansado após uma longa turnê, que se encerrou com a participação no festival.

O domingo (20) começou com um reforço no policiamento nas proximidades do terminal Alvorada, local de partida dos ônibus de linha com destino à Cidade do Rock, motivado por ocorrências de assaltados no trajeto para estação.

A programação apostou velhos conhecidos do público. Um dos grandes momentos foi o reencontro emocionante do ex-casal Baby do Brasil e Pepeu Gomes, que não tocavam juntos desde a separação, em 1988, e foram às lágrimas durante o show no palco Sunset.

Ao lado do filho, o guitarrista Pedro Baby, eles desfilarem clássicos de suas carreiras solo e da época nos Novos Baianos, como “Masculino e Feminino”, “Todo Dia Era Dia de Índio” e “A Menina Dança”.

O palco principal foi aberto pelos Paralamas do Sucesso, que fez um show curto e repleto de hits, alternando dobradinhas animadas como “Cinema Mudo” e “Ska” com baladas como “Cuide Bem do Seu Amor” e “Aonde quer que eu Vá”.

Os shows de Elton John e de Rod Stewart encerraram os primeiros três dias do Rock in Rio, depois de uma apresentação do bem menos conhecido Seal.

Elton John fez um show recheado de canções famosas. Acompanhado de uma superbanda formada pelos experientes avey Johnstone (guitarra, violão),Matt Bissonnette (baixo), Kim Bullard (teclados), John Mahon (percussão e bateria) e Nigel Olsson (bateria), o cantor entrou animadíssimo no palco, vestido com um paletó azul brilhante com o logotipo do “Capitão Fantástico” (do disco “Captain Fantastic and the Brown Dirt Cowboy”, de 1975) nas costas.

O popstar já começou disparando dois de seus maiores hits, “The Bitch is Back” (1974) e “Bennie and the Jets” (1973). O público conhecia tão bem as músicas que, na terceira nota que ele tocava ao piano, já desatava a cantar as canções. O coro aumentou em volume com a homenagem de Elton a Marilyn Monroe e Lady Di, “Candle in the Wind”. A banda emendou uma versão matadora de “Levon” (1971), com um bonito e animado solo de piano de Elton, antes de botar todo mundo para cantar de novo com “Tiny Dancer” (1971).

O encerramento do fim de semana ficou por conta de Rod Stewart, que na quinta-feira (17) se apresentou em Curitiba. Simpático e em boa forma vocal, o britânico apresentou um repertório equilibrado entre velharias e coisas mais novas, rock e pop, baladas e guitarras mais aceleradas. Preenchendo o miolo do show com coisas mais recentes, Rod deixou o final para outras músicas impressas na memória afetiva de seus fãs, como “You’re in My Heart” e “Maggie May”. A arrebatadora “Sailing”, que marcou de vez a melhor fase de sua carreira, em 1975, foi um canto arrepiante.

O Rock in Rio recomeça na próxima quinta-feira (24) e segue até o dia 27. Ainda vão passar pelos palcos da Cidade do Rock artistas como Queens of the Stone Age e System of a Down (24), Faith No More (25), Rihanna (26) e Katy Perry (27).