O documentário "Pro Dia Nascer Feliz", do brasileiro João Jardim, estréia nesta sexta-feira (2) nas salas de cinema do Rio de Janeiro e de São Paulo. Por enquanto, não há confirmação se o filme será exibido nas telas do Paraná. Enquanto isso, é possível apenas conferir algumas imagens no trailler do documentário. De "feliz", o filme de Jardim só tem no nome, e um pouco nos acordes melosos do ex-Legião Urbana Dado Villa-Lobos, que assina a trilha. Todo o resto é desgraça - material ou existencial. O filme, que estréia nesta sexta-feira (2) em salas do Rio de Janeiro e de São Paulo (sem confirmação sobre ingresso na grade de filmes em Curitiba), passa por escolas em quatro cidades brasileiras, com a proposta de revelar traços do sistema educacional do país.
Inserções legendadas, como "segundo o MEC, metade dos estudantes do ensino fundamental não sabe ler nem escrever direito", pontuam as cenas. Mas o documentário acaba focando o desespero adolescente, potencializado pelo ambiente escolar e social - pobre ou rico - em que a molecada está inserida.
No colégio precário de Manari, em Pernambuco, Vanessa é vista como um ET porque lê clássicos da literatura e escreve poesias; na pobreza de Itaquaquecetuba, na Grande São Paulo, Keila pensava em morrer até que uma jovem professora se encantou com seus textos - bastante aflitos; e, na riqueza do bairro Alto de Pinheiros, na capital paulista, Cissa chora porque andou estudando demais e deixou de se divertir.
Cissa conseguiu uma vaga no disputado curso de engenharia da USP. Vanessa, que veio de Manari para uma sessão de pré-estréia do filme em SP, disse à reportagem que quer ser jornalista. Keila aparece no fim do documentário um ano depois de terminar o colégio, dizendo "agora é do trabalho pra casa, da casa pro trabalho"; ela virou funcionária de uma fábrica e não escreve mais nada. E diz que tem saudade da escola.
Dá para entender. Keila teve aulas com uma professora sensível a seu talento (posteriormente anulado por necessidades práticas financeiras). As outras mestras entrevistadas se disseram descrentes no sistema educacional ("do século passado"; "menos atraente do que o mundo lá fora") e lamentaram a falta de interesse dos alunos - flagrada pela câmera, e compreensível.
No fim, depois dos créditos, cenas de estudantes pequeninos - os próximos adolescentes - com caras desconfiadas na fila da merenda, carregando pratos com uma mistura irreconhecível, rala, amarelada.
Ao ser questionado pelo G1 sobre a escolha do nome "Pro dia nascer feliz" para um cenário tão desesperançoso, João Jardim foi curto: "É o que era pra ser".
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