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Antes do Fim, com direção de Marcos Damaceno, e Oxigênio são aguardadas pelos críticos que virão ao Festival de Curitiba | Divulgação
Antes do Fim, com direção de Marcos Damaceno, e Oxigênio são aguardadas pelos críticos que virão ao Festival de Curitiba| Foto: Divulgação

INDICAÇÕES ACADÊMICAS

Todos os anos, alunos dos cursos de Artes Cênicas das universidades da cidade assistem a espetáculos do Festival de Curitiba sugeridos por seus professores. Conheça algumas indicações deste ano.

Conexão Roosevelt

O coordenador do curso de Artes Cênicas da Faculdade de Artes do Paraná (FAP), Francisco Gaspar Neto, vai recomendar os espetáculos reunidos na mostra Conexão Roosevelt, projeto que traz uma pequena amostra da produção teatral que se estabeleceu na Praça Roosevelt, em São Paulo. "Com sete peças do (dramaturgo e diretor) amazonense Francisco Carlos, é possível analisar o pensamento deste autor, não somente uma obra isolada", diz.

Propostas instigantes

Marcia Moraes, vice-coordenadora do curso, conta que a divisão do Fringe em várias mostras permitem entrever o olhar de um curador e facilita o trabalho com os alunos. "Assim possibilitamos um diálogo bastante promissor com diferentes linguagens cênicas, atendendo às várias áreas de atuação dos professores e também o interesse dos alunos, o que certamente vai gerar um material bastante interessante para os debates pós-festival", conta. Ela considera ainda que as mostras, tanto de Curitiba quanto de outras cidades brasileiras, trarão propostas instigantes de encenação, com novos dramaturgos e grupos, diferentes relações com a plateia, tornando-se interessantes na cena contemporânea.

Tem drama, comédia, tragédia. Circo, teatro de rua, dança. Peças mais comerciais, outras experimentais. Enfim, há uma infinidade de opções ofertadas por companhias de todas as regiões do Brasil que estarão no Fringe, mostra paralela do Festival de Curitiba, que se realiza entre 29 de março e 10 de abril. Então, como saber o que ver diante de 376 espetáculos de 32 grupos que se apresentarão em 67 espaços da cidade?

O Caderno G conversou com alguns críticos de teatro que acompanham há anos o Festival de Curitiba, em busca de algumas indicações que podem dar uma luz ao leitor perdido no emaranhado de opções cênicas. É com satisfação que ouvimos que o centro das atenções será o teatro de pesquisa praticado por grupos paranaenses.

"Como nos anos anteriores, olho para o Fringe a partir da produção local", diz Macksen Luiz, crítico de teatro do Jornal do Brasil há mais de 20 anos, e que já fez parte da curadoria do Festival de Curitiba. Para ele, é mais significativo pensar o regional do que escolher os espetáculos de forma aleatória, sem critérios de montagem.

Dentre as centenas de espetáculos do Fringe, Macksen aponta o que elegeu para conferir este ano: Oxigênio, da Companhia Brasileira de Teatro, com direção de Marcio Abreu; Homem Piano, da CiaSenhas de Teatro, dirigida por Sueli Araújo; Antes do Fim, dirigido por Marcos Damaceno; Roteiro Escrito com a Pena da Galhofa e a Tinta do Inconformismo, da Pausa Cia.; e, Com Amor, com direção de Nina Rosa.

As peças Oxigênio e Antes do Fim também são indicadas por Valmir Silva, jornalista e crítico de teatro desde 1990 e editor do blog Teatrojornal – Leituras de Cena, no qual elenca 19 criações inéditas que estarão no Fringe. "Os criadores da Companhia Brasileira de Teatro, os mesmos de Vida (vencedor do 31º Troféu Gralha Azul, no ano passado, em cinco categorias, incluindo melhor espetáculo), introduzem em Oxigênio o dramaturgo siberiano Ivan Viripaev, que também é diretor, ator, cineasta e roteirista", justifica.

Em Antes do Fim, a atriz Rosana Stavis e o diretor da peça Marcos Damaceno, que já responderam por algumas das melhores criações da história do Fringe, mergulham numa tragédia contemporânea assinada pelo dramaturgo Marcelo Bourscheid, do Núcleo de Dramaturgia do Sesi.

O jornalista e crítico carioca Daniel Schenker também recomenda Oxigênio, "pela trajetória da Companhia Brasileira de Teatro, dirigida por Marcio Abreu e fundada em Curitiba, responsável por espetáculos pautados por consistentes trabalhos de pesquisa".

Santos, por sua vez, inclui entre suas apostas Metamorfose Leminski – Reflexões de um Herói que Não Quer Virar Pedra, dirigida por Edson Bueno. "Bueno dispõe de bagagem de mais de três décadas com seu (grupo) Delírio para ousar essa pororoca cênica com a prosa poética e ensaística de Leminski", diz. Na montagem, Narciso, Eco, Afrodite, Édipo, Medusa e Ícaro contam suas histórias para a plateia em uma experiência contemporânea. Paulo Leminski é a matéria-prima para a construção da dramaturgia, feita de maneira violenta e escancarada, de acordo com seus criadores.

O crítico também não pretende perder Hieronymus nas Masmorras, do escritor e dramaturgo curitibano Luiz Felipe Leprevost, "um rapaz profícuo e inquieto em seus escritos, na prosa, na poesia, na dramaturgia". A peça, que estará no Sesi Dramaturgia, mistura a tragédia contemporânea com as cores sombrias do pintor holandês Hieronymus Bosch e a estética da Companhia de Teatro Club Noir, de São Paulo. A direção é de Roberto Alvim e a atuação de Juliana Galdino.

Para Valmir, as criações da CiaSenhas chamam atenção pela consistência da linguagem. Em Homem Piano, um ator conduz o público pelos três andares da sede da companhia e, no percurso, as lembranças e os esquecimentos de todos tecem a narrativa. O público é convidado a recordar suas memórias e, se quiser, ao final, poderá doá-las ao personagem.

Playlist

Veja a playlist com cenas de algumas peças do Festival de Curitiba:

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