Para ele, trabalho precisa ser uma relação de identificação, seja com a atividade, seja com a empresa. Com essa ideia na cabeça desde a faculdade, quando tinha apenas 21 anos, Diego Ximenes ajudou a fundar a 99jobs, uma plataforma online que auxilia pessoas a acharem empresas e empresas a acharem pessoas.
Gostou do tema?
Quer saber mais sobre as profissões do futuro? Você vai conhecer de perto profissionais que estão em áreas promissoras e saber quais caminhos percorreram para sair na frente. Se você ficou interessado e quer ouvir dicas sobre o tema, não pode perder a próxima edição do Papo U da Gazeta do Povo que será realizado no dia 30 de novembro no Museu Oscar Niemeyer (MON).
Além da mediadora Mariana Ayres, gamer da Microsoft, o evento conta com os palestrantes Nayane Morais, programadora da Mirum Agency; Diego Ximenes, um dos fundadores da 99 jobs e Jean Gustavo Hansen, professor e fundador do Boot (uma plataforma de aulas online). Haverá também show com a banda The Folkin´Dads e comidas do food truck Nebraska Burgers.
Vagas limitadas. Inscreva-se em www.gazetadopovo.com.br/papou
Data: 30/11
Horário: 19h
Local: Museu Oscar Niemeyer (MON) – Rua Marechal Hermes, 999.
Foram duas tentativas frustradas de colocar o projeto no ar. Mas na terceira, em 2013, o investidor certo fez o projeto decolar. Hoje, com 900 mil usuários e empresas de renome cadastradas, como Microsoft e Unilever, o administrador tem convicção de que o futuro está naquele profissional que se entregar de verdade à carreira.
A 99 jobs
Nós (eu e meu sócio) percebíamos que as pessoas procuravam trabalho como se fossem trocar de roupa, que estavam desestimuladas e às vezes trabalhando em empresas que não faziam muito sentido para elas. Então vimos que se elas conseguissem um lugar para trabalhar que estivesse alinhado à sua cultura, valores e propósito de vida, isso mudaria. Para ver na prática o funcionamento dessa relação do empregado com a empresa, prestamos algumas seleções para trainees. Passamos em várias e, frequentando os lugares, vimos que muitos eram uma receita de bolo, que as pessoas não estavam engajadas no negócio, era tudo muito mecânico.
Mas sempre acreditamos que dava para mudar isso, que as pessoas poderiam atuar em lugares que fizessem sentido para elas. A partir disso criamos a plataforma, com um conceito forte de employer branding- que é a reputação de uma empresa. Funciona como uma vitrine, mas ao invés de vender produto está vendendo o seu dia-a-dia, o que faz, a experiência dos seus funcionários. O candidato consegue achar uma empresa com a qual mais se identifica, e vice-versa.
O futuro é identificação
Cada vez mais os jovens que ingressam no mercado de trabalho buscam identificação, uma empresa que lhes entregue algo, mais do que dinheiro. Isso é a tendência, o perfil do emprego do futuro. As pessoas não querem mais apenas ficar ricas e reduzir suas vidas a isso. Por isso ONGs e startups e outros negócios que envolvam uma causa estão e estarão em alta.
Quanto às habilidades, o profissional terá que ser mais analítico, apertar menos parafuso. Nossos filhos e netos terão aulas de programação na escola, então o que é falar inglês hoje em um futuro próximo vai ser programar. Isso será um diferencial, e não tem volta.
Aprenda na internet
Nós temos um lema aqui que é “se vai errar, erra rápido”. Ou seja, não pode ter medo de tentar algo e errar, mas se isso acontecer conserte de uma vez. E a internet está aí para isso, para ensinar. Esse acesso fácil à informação acelera muito o aprendizado. Eu começo a fazer algo hoje e amanhã tenho de me adaptar a outro. Então não há mais aquela ideia de que a pessoa nasceu para aquilo, que não pode buscar outros caminhos.
A empresa também tem um papel importante no aprendizado. Ela tem que desenvolver o funcionário a ponto dele não querer ir embora. Ele tem que estar lá e ver o valor dela. Se existem dois empregados e um ama o que faz e o outro só quer o salário, esse outro vai trocar de emprego por qualquer R$ 50 a mais, sem dor na consciência. Então para manter bons funcionários não adianta apenas recrutar certo, tem que saber mantê-lo lá.
Prepare-se sem preocupação
Não adianta escolher a profissão apenas com base em seu futuro promissor, no que vai ser tendência, ficar se preocupando com o que vai estourar no mercado daqui alguns anos. Tem mesmo que amar o que faz, precisa pensar “o que eu gosto muito de fazer?”. Se for tocar violão, vai aprender como ser o melhor tocador do mundo. Então não é o que o mercado vai querer, mas o que você está a fim de fazer. E aí vai se adaptando e se encaixando dentro das mudanças que forem surgindo na área escolhida. Não adianta optar por um curso de programação, por exemplo, porque dá dinheiro. Se for assim, a infelicidade é certa.
Diego Ximenes vai estar no Papo U da Gazeta do Povo falando sobre as profissões do futuro. O evento é dia 30 de novembro, às 19h, no Museu Oscar Niemeyer.