Depois de quatro anos de pesquisas, provas, aulas e projetos, chegou a hora dos novos artistas plásticos paranaenses ditarem as tendências e rumos da produção no estado. Ao longo dos próximos meses, os formandos de Escultura, Pintura e Gravura da Escola de Belas Artes do Paraná (Embap) vão realizar um ciclo de exposições com trabalhos que traduzem as suas trajetórias estudantis uma espécie de projeto de conclusão de curso, apresentado para ser visto e avaliado pelo público.
Hoje à noite, é a vez da turma do quarto ano de Gravura se apoderar da sala de exposições da faculdade. Divididos em dois grupos de dez alunos, eles terão uma semana para revelar suas intenções. O segundo grupo se apresenta a partir do dia 25 de outubro. A exposição é a atividade final do Projeto de Estágio Supervisionado, ministrado pela professora Juliane Fuganti Casagrande.
O objetivo não é apenas apresentar as obras, mas também se responsabilizar por todos os preparativos do evento. "Eles estão se preparando para o mercado de trabalho e precisam aprender a lidar com a realidade e o lado prático da carreira de artista, que envolve divulgação, elaboração e distribuição de convites, montagem, trabalho em grupo e outros fatores", conta a professora.
Produção alternativa
Poucos integrantes do primeiro grupo de alunos optou pela produção tradicional. Eles teriam de desenvolver uma poética em conjunto e produzir trabalhos de pensamento gráfico, mas poderiam expressar isso através de diferentes meios.
A estudante Mariana Weber, por exemplo, escolheu fazer uma instalação, que se extende por todo o espaço da mostra. Colação de Grau é criada a partir de fita isolante amarela e placas de aviso com os dizeres "Cuidado Degrau", colocados nas entradas da sala e em frente a alguns trabalhos. "Decidi não mostrar o meu trabalho, porque era mais importante refletir sobre este momento, a instituição e o nosso papel daqui para frente. As placas pedem para ter cuidado com a escola, que está passando por dificuldades, e também com as pessoas que estão saindo dela", descreve.
O trabalho do aluno Ricardo Enz procurou relacionar o design, atividade que desenvolve há mais tempo, com a técnica da gravura. A obra apresenta a imagem de uma bicicleta, com a fragmentação de frases e letras, que formam um código difícil de decifrar. "Hoje em dia, tudo é acelerado. Lemos rápido e não prestamos atenção no que está escrito. Quem quiser entender a mensagem precisa parar para descobrir", explica.
* Serviço: Abertura da Exposição de Alunos do 4.º ano de Gravura. Escola de Música e Belas Artes do Paraná (R. Emiliano Perneta, 179), (41)3223-11229. Hoje, às 19 horas. Até dia 22 de outubro. O segundo grupo apresenta os seus trabalhos de 25 a 29 de outubro.
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