Projeto lembra 25 anos da morte de Nelson Rodrigues

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Sempre que toca no nome do seu pai, o polêmico Nelson Rodrigues, Nelsinho Rodrigues solta carinhosamente um "o velho sabe disso" ou "o velho fala aquilo". O filho do talvez mais controverso e polêmico autor brasileiro fala como se o pai estivesse ali, presente. Porém, já são 25 anos sem o jornalista policial que se tornou nosso maior dramaturgo.

- Conheci muito ele como pai, parceiro e amigo. Ele é o "meu velho". Mas isso só eu pude ter. A cada dia que passa, descubro mais a obra do Nelson Rodrigues e quero, através deste projeto, fazer com que as pessoas o respirem. E sintam Nelson Rodrigues - adianta Nelson Rodrigues Filho, sobre os diversos eventos que tomam conta, a partir desta quinta-feira, do Centro Cultural da Caixa.

Na programação do projeto "Nelson Rodrigues - 25 anos", em homenagem ao dramaturgo que completaria 93 anos em agosto, entram em cartaz remontagens das peças "Os sete gatinhos" e "Anjo negro", além de leituras dramáticas dos ácidos contos de "A vida como ela é", projeções de filmes e vídeos, seleção de frases e uma grande mostra de fotografias e cartazes de peças e filmes.

- Não sou o responsável pela amplitude que a obra do "velho" ganhou. Já na década de 80 o trabalho dele se tornou assunto obrigatório em escolas de teatro de comunicação, além de passar por um boom cinematográfico. Esse projeto é apenas mais um meio de se reviver o gênio que ele foi - explica Nelsinho, idealizador do projeto.

Para Nelsinho, não há dúvidas de que seu pai soube discorrer como nenhum outro sobre as questões mais intrínsecas do ser humano. Da traição ao casamento, da sordidez ao fracasso.

- O "velho" foi o único dramaturgo que falou do indivíduo através da classe média suburbana. Desde o início de sua carreira, ele foi o autor mais censurado de sua época. Ele mexe com o lado mais íntimo do ser humano, o que jamais deixaremos de ser - finaliza ele, citando uma frase célebre que o autor dizia para sua cria: "Meu filho, sou um autor que não trapaceia".