Se hoje a música sertaneja assola as rádios e conquista os jovens com uma roupagem moderna, é porque há muitos anos artistas nos rincões do país pegaram uma viola para expressar suas histórias e sentimentos. A importância e a versatilidade do instrumento, porém, vão muito além da chamada música caipira. É o que pretende mostrar a edição 2015-2016 do projeto Sonora Brasil, desenvolvido pelo Sesc, que irá levar apresentações musicais a 130 cidades brasileiras.
“Violas brasileiras” é um dos temas da 18.ª edição do evento, cujo lançamento aconteceu em Vitória (ES). Serão quatro grupos musicais, cada um representando uma modalidade: violas caipiras, violas em concerto (música erudita), violas no Nordeste (com ritmos como repente e machete) e violas singulares (representando estilos de diferentes regiões do país, entre eles o fandango, do litoral paranaense). No Paraná, as apresentações terão início em agosto (veja o calendário).
Temas derivam do trabalho na lavoura
O segundo tema do Sonora Brasil 2015-2016 é “Sonoros ofícios – cantos de trabalho”
Leia a matéria completa“A viola é um instrumento de suma importância no desenvolvimento da música brasileira, é algo que tem uma brasilidade clara”, afirma Gilberto Figueiredo, assessor técnico de Música do Sesc, justificando a escolha do tema. “As pessoas associam a viola à música sertaneja, mas existem outras formas e repertórios. Queremos aprofundar o olhar sobre esse instrumento”.
Na modalidade “viola caipira”, os representantes serão os paulistas Paulo Freire e Levi Ramiro. Freire viveu no sertão do Urucaia (MG), de onde trouxe os ensinamentos do violeiro Mestre Manelim e os causos que conta durante suas apresentações. “Eu diria que a viola é um diamante bruto que tive a oportunidade de lapidar no sertão. Agora estou passando para frente o que os mestres me ensinaram”, diz.
Calendário
Confira as datas das apresentações do Sonora Brasil neste ano no Paraná
Leia a matéria completaRamiro, por sua vez, não apenas toca como constrói a viola de cabaça, produzida a partir de uma planta com forma arredondada. “A viola é uma floresta de possibilidades. Ela tem potencial porque está inserida em costumes próprios do povo brasileiro”, afirma.
Uma característica das apresentações do Sonora Brasil é o não uso de microfones e sonorização, de modo a deixar o som mais natural possível.
Mas nem só de costumes populares vivem os violeiros. O mineiro Marcus Ferrer, que se apresenta no circuito “violas em concerto”, faz parte de um segmento que estuda a música no meio acadêmico e leva esse aprimoramento ao palco. “Eu não toco a música tradicional, são peças mais trabalhadas, com outra linguagem.
E quando você amplia esse horizonte, ganha a própria música tradicional”, avalia.
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