Ao mesmo tempo em que os livros de colorir para adultos caíram no gosto do grande público, eles também viraram alvo de críticas. Especialistas confrontam a preferência pela compra destes produtos frente a títulos de maior importância para a própria leitura, que, segundo eles, é deixada em segundo plano em casos como este.
Para o professor da PUC-PR Marcelo Franz, pesquisador na área de leitura e literatura, o fenômeno das vendas dos livros de colorir reflete, na verdade, uma estratégia publicitária e revela também a suscetibilidade do público a certos modismos lucrativos.
“Não se revela muita coisa sobre o comportamento de leitura porque, a rigor, não se trata de uma leitura”, explica Franz.
O professor argumenta que o impulso nas vendas segue a lógica do mercado editorial, que consegue, por meio de promoções e dos próprios lançamentos, pautar a frequência dos consumidores.
Como não há, por parte de outros agentes formadores, uma força que rivalize com a do marketing em torno de fatos como esse, “se ficar estabelecido pelo mercado que determinada prática ou preferência é desejável, ainda que não seja, será encampada pelos desinformados.” (AM)