O quadro "Preparando Enterro na Rede", do pintor Cândido Portinari - avaliado em US$ 1 milhão (R$ 2 milhões) -, foi roubado na manhã de quinta-feira da Galeria Thomas Cohn, no Jardim Europa, Zona Sul de São Paulo. A obra, pertencente a um amigo do dono da loja, que mora fora do Brasil, não estava exposta. Ela se encontrava apenas guardada no acervo, há cerca de um ano.
- Esse roubo me parece estranho. Na galeria só vendo arte contemporânea e os ladrões chegaram procurando pelo Portinari, que é arte moderna. Além disso, eles não tinham aspecto de quem conhece quadros - diz Thomas Cohn.
Segundo o galerista, o quadro não tinha seguro.
- É raro alguém fazer seguro de uma peça tão valiosa, porque é difícil vendê-la. Mesmo se passando 20 ou 30 anos, todo mundo sabe que se trata de obra roubada e não a compra, nem mesmo os colecionadores - afirma.
Cohn conta que o quadro, em óleo sobre madeira, medindo 2,20 x 2,50, foi pintado em 1958. Ele havia sido restaurado e estava em seu acervo porque precisava ficar em local aberto.
- O curioso é que poucas pessoas sabiam disso - comenta.
No momento do assalto estavam na galeria apenas três funcionárias e a faxineira, que não querem ser identificadas. Segundo uma delas, um rapaz parecendo office-boy, de camiseta, calça jeans, boné, tênis e carregando uma pasta, disse pelo interfone que tinha um convite para entregar a Cohn.
- Abri a porta e assim que ele entrou sacou uma pistola e anunciou o assalto. Logo depois chegou um outro rapaz, com uma máscara de médico no rosto, também armado, e levou todas nós para a cozinha - conta.
- Eles não usaram nenhum tipo de violência conosco. Mas exigiram que não olhássemos para o rosto deles - conta outra testemunha. - Diziam a toda hora que se não colaborássemos iam nos castigar - complementa.
Segundo as testemunhas, os ladrões ficaram cerca de meia hora na galeria. Para fugir, arrancaram a tela da moldura a marteladas porque ela não cabia na Fiorino branca deles.
- Foi impressionante - diz.
No entanto, para o delegado Fernando Shimidt de Paula, do Setor de Investigações Gerais da Seccional Oeste, o roubo foi praticado por profissionais.
- O quadro só tem valor para quem conhece arte e sabe como colocá-lo no mercado negro. Se não for dessa maneira os ladrões terão dificuldade para vendê-lo - diz.
O delegado afirma que duas equipes policiais foram designadas para investigar o caso.
- Estamos à procura de fragmentos de pistas que eles possam ter deixado para chegar aos criminosos - comenta o delegado. Até agora, quatro pessoas já foram ouvidas.
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