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Elas Nunca Mais Foram Vistas é uma comédida que promete. A montagem deve ser um sucesso por vários motivos, a começar pelo argumento. Amálgama, personagem interpretada por Maurício Vogue, é uma cantora. Shéryska, que ganha complexidade com o ator Ranieri Gonzalez, é uma atriz. As duas personagens têm mais de 40 anos, já experimentaram o sucesso, mas, no presente, não conseguem oportunidades profissionais, estão fora do mercado o que indica que o título da peça é o mais pertinente possível.
Amálgama e Shéryska entram em cena, a exemplo do público, pela entrada do Teatro Regina Vogue. Hoje, em especial, o início do espetáculo pode contar com alguma improvisação. É que a primeira apresentação será apenas para convidados (a partir de amanhã as sessão serão abertas para o público).
Hoje, todos os 336 convidados estarão vestidos de gala. Haverá tapete vermelho, coquetel antes e depois da peça. "A ideia é recuperar as grandes celebrações, que aconteceram durante a década de 1980, nas noites de estreia. Vamos celebrar em grande estilo o início da temporada desse espetáculo", diz Vogue.
No palco, Vogue e Gonzalez interpretam durante 60 minutos duas artistas que se odeiam, mas que tiveram de se unir para poder fazer algo. Ao final, depois de imbróglios, risos, muita verbalização e não pouca tensão, elas se unem e realizam um espetáculo.
A peça, escrita e dirigida por Cleide Piasecki, utiliza o humor para tratar que assuntos os mais sérios possíveis. "Tem muito artista que após uma temporada de sucesso, e exposição na mídia, desaparece. Apesar de não citarmos nominalmente, o público vai perceber de quem estamos falando", afirma Gonzalez.
Vogue conta que tanto ele como Gonzalez adicionaram informações biográficas, de suas trajetórias pessoais, no texto. "Em determinado momento, a personagem que interpreto, a Amálgama, diz que ganhou dinheiro e que canta em uma banda chamada Denorex 80", afirma Vogue, um dos vocalistas da banda curitibana Denorex 80.
Encontro marcado
Maurício Vogue, de 43 anos, e Ranieri Gonzalez, com 38, têm, individualmente, mais de duas décadas de experiência nos palcos e, apesar de se conhecerem há tempos, nunca haviam trabalhado, ambos como ator, em uma mesma peça. O fato de Vogue e Gonzalez dividirem o palco é outro fator que aponta para uma possível boa recepção da montagem.
Há ainda outro aspecto tratado na peça que, na opinião dos dois atores, pode chamar a atenção do público: a banalização ou mesmo a relativização do sucesso. "Hoje, muita gente se deslumbra com a possibilidade de ser ator ou atriz. E a formação, como é que fica? É preciso estudar muito, ter interesse contínuo em dramaturgia. Não basta aparecer em um reality show para ser ator", diz Gonzalez. Vogue afirma que esse e outros assuntos, que dizem respeito ao sucesso, aparecem diretamente, e mesmo nas entrelinhas desta comédia.
Cleide Piasecki, Maurício Vogue e Rainire Gonzalez se divertiram muito durante o processo que se desdobrou na montagem que estreia logo mais às 21 horas, e que prevê pelo menos 15 apresentações, em temporada de segunda à sexta-feira. Mas Vogue e Gonzalez dizem, em coro, que Elas Nunca Mais Foram Vistas é um projeto. "Pretendemos viajar pelo Brasil, apresentar a peça em São Paulo, Rio de Janeiro, e onde for possível. Gostamos muito da experiência. Estamos satisfeitos. Demais", diz Vogue.
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