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Chiara Mastroianni: oportunidade de provar que tem condições de ser mais do que uma coadjuvante competente | Divulgação
Chiara Mastroianni: oportunidade de provar que tem condições de ser mais do que uma coadjuvante competente| Foto: Divulgação

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Ser filha de dois ícones do cinema mundial, como Catherine Deneuve e Marcello Mastroianni, e ousar uma carreira nas telas não deve ser fácil, mesmo que o sobrenome ilustre abra portas em um primeiro momento. Chiara Mas­­troianni, apesar de consciente das inevitáveis comparações que iria enfrentar, optou corajosamente por encarar o desafio. A paga por essa coragem finalmente veio agora. Bela como nunca, ela encontra a grande chance de sua carreira em Lena, protagonista de Não, Minha Filha, Você Não Irá Dançar (assista ao trailer e veja as fotos) , novo filme do francês Christophe Honoré, diretor de Em Paris, As Canções de Amor e A Bela Junie.

No longa-metragem, que es­­treia hoje em Curitiba, Chiara tem a oportunidade de provar que amadureceu e tem condições, agora plenas, de se tornar mais do que uma coadjuvante competente.

Grande parte dos elementos fundamentais do cinema de Honoré, hoje um diretor cult por estar constantemente se remetendo à Nouvelle Vague, estão em Não, Minha Filha, Você Não Irá Dançar. Sobretudo a discussão dos descaminhos da relação amorosa e da vida em família.

Lena, uma mulher frágil, mãe de dois filhos pequenos, acaba de abandonar o marido, Nigel (Jean-Marc Barr, de Imensidão Azul). Com a ajuda do pai (Fred Ulysse), que a protege, consciente de sua vulnerabilidade. Sua mãe (Marie-Chris­­tine Barrault, indicada ao Oscar de melhor atriz nos anos 70 por Primo e Prima), uma bretã de personalidade forte e controladora, se irrita com as atitudes de Lena e a critica, demonstrando preferir a outra filha, Frédérique (Marina Foïs), mais parecida com ela, mas que também enfrenta problemas no casamento.

Honoré, embora não use desta vez recursos do gênero musical, como fez em seus filmes anteriores, interrompe a narrativa de Não, Minha Filha, Você Não Irá Dançar para reconstituir uma história folclórica da Bretanha, sobre uma jovem que causa a morte de todo rapaz com quem ousa dançar, ao ponto de se tornar amaldiçoada. O diretor traça um paralelo entre essa personagem e Lena, o que acaba explicando o título aparentemente cifrado do longa.

Por mais que tente acertar, Lena mete os pés pelas mãos. Como mãe, por não conseguir perceber o sofrimento dos filhos com a separação, e como mulher. Tem um emprego numa floricultura, onde é humilhada pela patroa, que se aproveita de sua insegurança. Tenta iniciar um novo relacionamento com um rapaz mais jovem (Louis Garrel, ator-fetiche de Honoré), amigo do seu irmão caçula, mas sabota essa relação ao não se desligar do ex-marido.

Tocante e consciente de sua en­­vergadura limitada, Não, Minha Filha, Você Não Irá Dançar acerta por não ser ambicioso demais. É mais um saboroso filme-mutirão (o diretor sempre trabalha com orçamento limitado e com os mesmos profissionais) de um dos realizadores mais interessantes da atualidade. GGG1/2

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