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Camerata Antiqua de Curitiba: concerto do grupo amanhã abre a oficina | Daniel Castellano/Gazeta do Povo
Camerata Antiqua de Curitiba: concerto do grupo amanhã abre a oficina| Foto: Daniel Castellano/Gazeta do Povo

Preocupação ambiental também está na pauta

No compasso de grandes eventos musicais recentes, a 28.ª Oficina de Música de Curitiba também promove a responsabilidade social. Tanto por meio da reciclagem como na geração de renda para associações beneficentes.

Para produzir o material utilizado no evento, por exemplo, foram utilizadas garrafas pet e papel reciclado. Já os professores dos cursos ofertados neste ano vão receber sacolas feitas com banners utilizados nas oficinas de anos anteriores. A confecção é das mulheres do Clube de Mães da Vila das Torres, que há um ano e meio fazem parte do Projeto Sinergia. Ao produzir acessórios, geram renda para suas famílias e colaboram com a reciclagem.

"A questão da responsabilidade social em eventos existe no mundo todo e também queremos dar a nossa contribuição", diz Janete Andrade, coordenadora-geral da Oficina de Música. Foi realizado também um convênio com a Secretaria Municipal do Meio Ambiente, que estimou a emissão de gases poluentes – expelidos principalmente durante o transporte de músicos e alunos – durante todo o evento. Para compensar, serão plantadas 1,7 mil mudas de árvores nativas em lugar a ser definido.

Além disso, camisetas com tecido feito a partir de fibra de garrafa pet vão ser distribuídas entre os 170 funcionários e professores envolvidos na 28.ª Oficina de Música. (CC)

As tradicionais danças polonesas chamadas mazurkas ajudaram a moldar as composições de Frédéric Chopin. Heitor Villa-Lobos, maior compositor erudito brasileiro, se via em meio a choros e foi também seduzido por músicas que incorporavam parte do folclore nacional. Invertendo-se os papéis, o piano de Tom Jobim, um dos nomes da bossa nova, foi influenciado pelas composições libertárias de Claude Debussy.

"Quando o erudito encontra o popular e vice-versa" é o tema da 28.ª Oficina de Música de Curitiba, que começa com o concerto da Camerata Antiqua de Curitiba amanhã (10) e segue até o dia 31 de janeiro.

Serão cerca de 1,5 mil alunos em 89 cursos e mais de 80 concertos de praticamente todas as vertentes que preencherão teatros, casas de espetáculos e praças da cidade: da música antiga à MPB; da eletrônica à latino-americana. Entre os cursos, estão os de instrumentos, técnica vocal, composição, práticas de orquestra e de conjuntos, além de núcleos de estudo especializados, como o de música antiga. Ainda há vagas em 27 deles.

A principal novidade do evento – promovido pela prefeitura e pela Fundação Cultural de Curitiba –, é o local. O chamado "quartel general" onde alunos, professores e organizadores se encontram. Tradicionalmente realizado no Colégio Estadual do Paraná, em 2010 a Oficina ocorre no prédio da Universidade Tecnológica do Paraná – UTFPR, antigo Cefet.

"O espaço sempre foi muito relevante para a cultura da cidade. Há músicos importantes que saíram de lá. Estamos muito contentes com essa parceria", diz Janete Andrade, coordenadora-geral da Oficina de Música. A parceria integra as comemorações dos 100 anos da instituição.

Outras novas abordagens da versão 2010 do evento são os núcleos de música e tecnologia e música latino-americana, ambos coordenados pelos instrumentistas Glauco Solter e Sérgio Albach. "É uma proposta mais técnica, que trabalha a questão de software, da edição de música e da composição de trilhas", diz Janete sobre a oficina de música e tecnologia. O contato maior com a música latino-americana, segundo a diretora da oficina, é uma "tendência". Como representante do gênero, estará presente o Quarteto Candombe, do Uruguai, que mistura sons tradicionais do país à música africana. Outra atração internacional do evento é o quarteto norte-americano Fry Street que, além de se apresentar durante a oficina, participa dos cursos como residente. William Fedkenheuer, Rebecca McFaul, Brant Bayless e Anne Francis darão aulas de violino, viola e violoncelo, respectivamente.

Os músicos Christine Hoock (contrabaixo/Alemanha), Sérgio Carolino (tuba/Portugal), Jan Krzystof Broja (piano/Polônia), Enza Ferrari (ópera/Itália), Juan Miguel Quintana (viola da gamba/Argentina) e Gabriele Mirabassi (clarinete/Itália), entre outros, também estão confirmados.

Algo que volta a fazer parte da programação da Oficina de Música depois de pelo menos dez anos é a dança. Ministrado pela professora Raquel Aranha, o curso de dança barroca oferecerá uma introdução à linguagem escrita e gestual que compõem as suítes de danças francesas, como minuetos, bourrés, e gigas. "É sempre assim. Tentamos inovar", complementa Janete.

O encerramento da 28.ª Oficina de Música de Curitiba acontece às 20h30 do dia 31 de janeiro no Teatro Guaíra com a apresentação do músico Antônio Nóbrega, que se junta a sete outros instrumentistas para apresentar um espetáculo que sintetiza seus últimos 15 anos de atividade.

Serviço

28.ª Oficina de Música de Curitiba. De 10 a 31 de janeiro. Música erudita e Música antiga – 10 a 20 de janeiro. Música Popular Brasileira – de 21 a 31 de janeiro. Música e Tecnologia – de 25 a 29 de janeiro. Música latino-americana – de 25 a 29 de janeiro. Inscrições para os cursos em que ainda restam vagas podem ser realizadas a partir do dia 11, das 9 às 12 horas e das 14 às 18 horas no prédio da UTFPR (Av. Sete de Setembro, 3165). Mais informações e programação completa em www.oficinademusica.org.br.

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